A
Justiça Estadual condenou o Hospital de Base (HB) de São José do Rio Preto (SP)
a indenizar em R$ 109 mil o para-atleta Claudiney Batista dos Santos, de 32
anos, medalha de ouro em lançamento de dardo e de bronze em arremesso de disco
no Parapan-Americano de 2011, em Guadalajara, México. Santos perdeu a perna
esquerda em 2005, após um acidente de trânsito numa estrada de terra em Rio
Preto. A Justiça considerou que o hospital demorou para socorrê-lo e, quando o
fez, foi de maneira errada, causando a amputação da perna. As informações são do Jornal O Estado de São Paulo.
A
decisão do juiz substituto Luís Gonçalves Cunha Júnior, da 8.ª Vara Cível de
Rio Preto, estabeleceu o pagamento de R$ 81.750 por danos morais e R$ 27.250
por danos materiais.
À
época, Santos tinha 25 anos, praticava halterofilismo e era instrutor em uma
academia de ginástica. Em maio de 2005, ia a uma chácara, de moto, quando bateu
num carro. Após ser socorrido, esperou quatro horas pelo atendimento de um
corte no joelho e uma fratura na perna esquerda. “Cheguei na manhã de sábado. À
tarde, fecharam o corte no joelho. Mas era necessária uma cirurgia, só feita na
manhã de segunda-feira, depois de minha família implorar muito, porque a lesão
já exalava mau cheiro”, lembra.
Segundo
a perícia, a assepsia não foi adequada e os médicos demoraram para fazer a
cirurgia. Além disso, retardaram o tratamento com antibióticos, contribuindo
para a amputação do membro inferior.
“Se
eu ficasse mais três horas sem atendimento, teria morrido, porque a infecção já
estava atingindo outros órgãos, como os rins”, contou o para-atleta.
A
sentença não agradou Santos e sua advogada, Nelci Silva. “Ficou comprovado que
houve negligência completa. Meu cliente estava no auge da capacidade física e
profissional e depois disso, sua vida praticamente parou. Vamos recorrer”,
explicou.
A
defesa pedia R$ 300 mil. “Fiquei muito decepcionado. Nada me trará a perna de
volta, mas o problema é que com esse valor não compro nem uma prótese de
qualidade”, disse Santos, ligado ao Clube dos Amigos do Deficiente, de Rio
Preto.
O Hospital de Base informou, por meio de sua assessoria, que vai recorrer da sentença.