Castilho e Ilha Solteira temem perder para o Estado do
Mato Grosso do Sul as sedes das hidrelétricas instaladas nos dois municípios,
ambas no rio Paraná. Os prefeitos das duas cidades paulistas
confirmam o risco, que pode se concretizar com o lançamento do edital para
concessão dos dois empreendimentos, previstos para irem a leilão em setembro. As informações são da Folha da Região de
Araçatuba.
O prefeito Joni Buzachero (PSDB), de Castilho, enviou ofícios a políticos
paulistas, incluindo o governador Geraldo Alckmin e os senadores Aloysio Nunes
(PSDB-SP) e Marta Suplicy (sem partido), no final do mês passado, pedindo apoio
para que a mudança não aconteça. Sem revelar a fonte, ele afirmou que obteve a
informação de que o endereço da sede da hidrelétrica de Jupiá que constará no
edital é o município sul-mato-grossense de Três Lagoas.
O tucano ainda disse que isso também poderá acontecer com a hidrelétrica Ilha
Solteira, no município de mesmo nome, que perderia a sede para a vizinha
Selvíria, do outro lado do rio Paraná. Buzachero alertou que as duas
alterações, se concretizadas, representarão "um colapso
socioeconômico" para as duas prefeituras paulistas.
ILHA
O prefeito Bento
Carlos Sgarboza (DEM), de Ilha Solteira, município com 26.642 habitantes,
adiantou que a definição da sede da hidrelétrica é bastante complicada e abre
campo para várias interpretações, da casa de forças do empreendimento até os
limites do corpo d'água - que se modificou com o represamento -, sem
esquecer do financiamento paulista para erguer a hidrelétrica.
"Uma das questões é como você vai tirar uma usina de um Estado que
foi construída com o próprio dinheiro desse Estado", disse Sgarboza, na quarta-feira
(12), durante entrevista a uma rádio comunitária do município.
CESP
Até que as novas concessões das hidrelétricas de Ilha Solteira e Jupiá sejam
efetivadas, elas continuam sendo operadas pela Cesp (Companhia Energética de
São Paulo). Segundo a empresa paulista, a eventual transferência das
usinas vai depender dos processos de licitação.
"O Ministério de Minas e Energia fez, em junho, uma consulta à Cesp, que
concordou em operar as usinas após o término das concessões até a realização de
leilão", informou a empresa de geração de energia.