Justiça bloqueia bens de prefeito de Araçatuba por causa de obras

A Justiça determinou o bloqueio de bens do prefeito de Araçatuba (SP), Cido Sério, nesta segunda-feira (9), por suspeita de s

Cido Sério não foi notificado, segundo advogado (Foto: Reprodução / TV Tem)
Cido Sério não foi notificado, segundo advogado (Foto: Reprodução / TV Tem)

A Justiça determinou o bloqueio de bens do prefeito de Araçatuba (SP), Cido Sério, nesta segunda-feira (9), por suspeita de superfaturamento em obras de Unidades Básicas de Saúde. A investigação do Ministério Público mostra que só o serviço em uma das UBS'S, poderia ter custado quase cinco vezes menos do que foi pago. O advogado do prefeito disse que o cliente ainda não foi notificado da decisão.

De acordo com o Ministério Público, as verbas foram usadas em obras de duas unidades básicas de saúde. Em 2009, na UBS do bairro São Vicente, os gastos passaram dos R$ 167 mil. No ano seguinte a reforma foi feita na unidade do São Rafael em duas etapas, no valor total de R$ 349 mil.

De acordo com a promotoria, dinheiro de um convênio do Ministério da Saúde, que deveria ser usado em serviços como limpeza e pequenos reparos nas UBS’s e não na reforma e ampliação dos prédios. A investigação apurou ainda suspeitas de superfaturamento. A pedido do MP, a Justiça determinou o bloqueio de bens do prefeito, da associação contratada para gerenciar a saúde básica do município, que administrou os recursos, do ex-presidente da entidade e da construtora que executou as obras.

O Ministério Público usou como base uma auditoria feita pela Controladoria Geral da União e um estudo de uma comissão da Secretaria Estadual de Saúde. As apurações foram feitas a pedido do próprio MP que já desconfiava de irregularidades. As suspeitas foram confirmadas segundo a promotoria.

O TEM Notícias teve acesso ao dossiê. Um dos exemplos do processo mostra que a  construtora que executou a obra cobrou mais de R$ 3 mil por porta colocada nas UBS’s. O levantamento do MP apurou que o custo real seria de pouco mais de R$ 300.

O MP também pediu para que o Sindicato das Indústrias da Construção Civil fizesse um orçamento das obras. Na UBS do bairro São Rafael, onde foram gastos quase R$ 300 mil numa das etapas,o sindicato mostrou que a reforma poderia ter sido entregue por menos da metade desse valor, R$ 131 mil. No caso da unidade do bairro São Vicente a diferença é ainda maior. O orçamento apresentado pelo Sinduscon foi de R$ 36 mil, quase cinco vezes menor do que os R$ 167 mil gastos.

O TEM Notícias tentou contato com a Avape, associação que, segundo o MP, administrou a verba, com o ex-presidente da associação e com a construtora que fez as obras, mas ninguém foi encontrado para falar sobre o assunto. Se condenados, os envolvidos terão que devolver aos cofres públicos, em valores corrigidos, quase R$ 1 milhão. Além disso, o prefeito Cido Sério pode ter o mandato cassado. Não há data para o julgamento da ação.

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