Em Araçatuba, 30% dos circulares não têm acessibilidade a deficientes

Em Araçatuba, 30% dos circulares não têm acessibilidade a deficientes

Cássia depende de ônibus adaptado para se locomover em Araçatuba (Foto: Reprodução/ TV TEM)
Cássia depende de ônibus adaptado para se locomover em Araçatuba (Foto: Reprodução/ TV TEM)

Venceu esta semana o prazo de 10 anos que as empresas de ônibus de todo o país tiveram para adaptar aos deficientes físicos toda a frota de ônibus do transporte coletivo e rodoviário. Em Araçatuba (SP), por exemplo, 30% dos circulares ainda não possuem acessibilidade para cadeirantes. Além da falta de ônibus adaptados, os cadeirantes também reclamam da falta de manutenção nos veículos que já circulam pela cidade. As informações são do portal G1/TV Tem.

Cássia teve paralisia cerebral quando nasceu e perdeu os movimentos das pernas e de um dos braços. A mãe dela, a dona de casa Silvana Biffe, depende do transporte coletivo para levar a filha à associação que atende deficientes físicos. A mãe chegou a registrar um boletim de ocorrência para denunciar a falta de veículos adaptados. Em uma das linhas que elas utilizam, só há uma opção de horário com ônibus especiais. “Há poucos ônibus adaptados, quando chego ao terminal peço atendimento para vir embora, sempre falam que os ônibus estão quebrados”, afirma Cássia.

Quando Cássia precisa passar por atendimento no centrinho da Unesp, que fica em uma rodovia fora da cidade, não dá para depender do transporte público. São dois ônibus para chegar até o local e, muitas vezes, apenas um deles tem o elevador para deficientes. A mãe também reclama das condições dos equipamentos. “A manutenção dos elevadores está muito ruim, a empresa não deixa de atender os deficientes, mas não é um serviço de qualidade”, afirma a dona de casa.

O pensionista Ernesto Pereira Lemos sofreu ferimentos nas duas pernas, resultado de um acidente que sofreu no terminal de ônibus de Araçatuba. O problema foi um defeito na trava do elevador que provocou a queda da cadeira de rodas. “Sempre acontece alguma coisa quando pego um ônibus, depois que aconteceu esse acidente, eu conto para outros deficientes, eles também relatam outros incidentes”, afirma Ernesto.

Mas agora a situação da Cássia, do Ernesto e de todos os deficientes físicos que dependem do transporte público vai ter que mudar. É que desde esta quarta-feira (3), todos os ônibus circulares e rodoviários devem ser adaptados. A lei é de 2004, mas entrou em vigor só agora. As empresas tiveram 10 anos para se adequar e em Araçatuba, dos 46 ônibus, apenas 31 tem acessibilidade.

O Tem Notícias questionou a prefeitura de Araçatuba sobre os problemas com a frota adaptada, mas a prefeitura não respondeu.  Segundo a Tua, empresa que administra o transporte urbano na cidade, em 2005 foi firmado um termo de ajustamento de conduta com o Ministério Público e a empresa se comprometeu a adaptar a frota de forma gradativa até o final do ano que vem.

A prestadora de serviço afirma que desde então vem cumprindo esse compromisso e que atualmente tem 70% da frota adaptada. Sobre os acidentes com os cadeirantes, a empresa informou que os equipamentos danificados irão passar por revisão.

Em São José do Rio Preto (SP), 100% dos veículos usados no transporte obedecem a legislação. Eles estão equipados com rampa de acesso, elevador,  dispositivos sonoros e luminosos que garantem a segurança durante o embarque. Em Catanduva (SP), a empresa responsável pelo transporte coletivo afirma que 100% dos ônibus oferecem acessibilidade.

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