Mais
frequente nos grandes centros urbanos, o casamento gay chegou a municípios de
pequeno porte. Em busca de segurança jurídica e sem medo de viver publicamente
o amor, duas mulheres oficializaram a união na última sexta-feira em Castilho,
na região de Araçatuba. No dia seguinte, foi a vez de outro casal do sexo
feminino trocar alianças em Piacatu. Foram os primeiros casórios desta natureza
registrados nas duas localidades. As
informações são da Folha da Região de Araçatuba.
Depois de oito anos vivendo na mesma casa, a
frentista Cristiane de Oliveira Lins, 34 anos, e a dona de casa Cristiane Aparecida
Alencar Lins, 30, reuniram parentes e amigos no cartório de Castilho e, na
frente do juiz, responderam "sim" para o sonho do casamento.
"Ela é minha companheira e já construímos uma vida. Quero que ela tenha
todos os direitos que a lei sempre deu para os casais heterossexuais",
explica a frentista.
Cristiane de Oliveira já tem uma filha de oito
anos de idade, que vive com o casal. Conforme a mãe, o desafio agora é ensinar
a menina a lidar com o preconceito da sociedade. "Eu e a Cris preparamos
ela sobre como responder e agir em caso de piadinhas na escola. Nossa casa,
inclusive, como a de qualquer família, tem muitas regras a serem
seguidas", diz a frentista.
CARA-METADE
Para
a dona de casa Angélica dos Santos Pires, 23, e a calçadista Jéssica Silva dos
Santos, 20, o casamento veio mais rápido. Depois de nove meses de namoro, elas
assinaram a certidão civil de casamento em Piacatu. "Estamos muito felizes
e isso é só o início de uma longa história de amor", disse Angélica, que
tem uma filha de sete anos. Jéssica é mãe de um menino de três anos e todos
estão vivendo na mesma casa. "Espero que outros casais sejam felizes como
nós. A efetivação do casamento homoafetivo na sociedade brasileira permitiu que
eu cassasse com a mulher da minha vida", comemora Jéssica.