Oposição rejeita discurso de Mubarak e promete manter protesto

Oposição rejeita discurso de Mubarak e promete manter protesto

Líderes oposicionistas no Egito disseram não aceitar a permanência do presidente Hosni Mubarak no poder até o fim de seu mandato e afirmaram que os protestos no país vão continuar até sua renúncia. Com informações da Folha.com.

Em um discurso transmitido pela TV na terça-feira, Mubarak prometeu não concorrer à reeleição. Mas o discurso foi recebido com hostilidade pelas centenas de milhares de manifestantes que participavam de protestos em massa na terça-feira em vários pontos do país.

Os manifestantes pedem a saída imediata do presidente.

Mohamed ElBaradei, um dos nomes cotados para substituir Mubarak, afirmou que as declarações do presidente são 'uma manobra' para se manter no poder.
Discurso

Em pronunciamento pela TV em rede nacional, Mubarak disse que não concorrerá à reeleição em setembro, enquanto centenas de milhares de manifestantes tomavam as ruas em todo o país, no maior protesto desde o início do movimento há oito dias.

"Não pretendo concorrer a outro mandato presidencial", disse Mubarak, ressaltando que não deixará o poder imediatamente, como exigem as lideranças dos manifestantes.

"O Hosni Mubarak que fala a vocês se orgulha do que conquistou nos anos em que serviu o Egito e seu povo", afirmou ele.

"Este é meu país. Onde vivi, lutei e defendi sua terra, soberania e interesses e morrerei aqui", completou.

Mubarak condenou os protestos e disse que sua maior prioridade agora é garantir a paz e a estabilidade do país para permitir a transferência do poder.

MUDANÇAS

No pronunciamento, Mubarak disse que pedirá ao Parlamento que mude a legislação que estabelece as duras condições para que os candidatos concorram ao pleito.

As leis atuais impediriam que Mohamed ElBaradei, Nobel da Paz e apontado como um dos líderes dos protestos, concorresse.

Mubarak também sinalizou que pedirá ao Parlamento para que avalie as denúncias de fraude eleitoral nas eleições parlamentares de novembro e dezembro.

O pronunciamento ocorreu horas após o encontro de Mubarak com o enviado americano ao Cairo Frank Wisner que teria enviado a recomendação de Barack Obama para que o presidente egípcio prepare uma "transição ordenada" do poder.

A ONU estimou que até 300 pessoas teriam morrido até agora nos distúrbios antigoverno.

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