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"Estive com Deus e com o diabo. Os dois
brigaram e Deus venceu". Assim o segundo mineiro a alcançar a superfície,
Mário Sepúlveda, definiu os 69 dias que passou soterrado na mina de San José,
no norte do Chile. Os 33 homens começaram a ser retirados da mina nesta
quarta-feira, pouco depois da meia-noite no horário local (mesmo horário de
Brasília). Com informações do Portal IG.
"É incrível que a 700 metros de altura, e
sem nos ver frente a frente, eles conseguiram nos recuperar. Nós fizemos um
pouco de nossa parte, um pouco de loucura, esse coração de mineiro que temos, a
experiência de trabalhador. Mas todo o resto se deve aos profissionais",
disse Sepúlveda. "Estou muito feliz de estar aqui, nunca tive dúvidas
sobre os profissionais que o Chile tem. Nunca duvidei disso. E em termos de fé,
sempre tive fé no Criador."
O primeiro dos mineiros a ver a superfície foi
Florencio Ávalos, 31, que desembarcou da cápsula Fénix 2 após 16 minutos de
trajeto. Um dos momentos mais emocionantes foi quando ele abraçou o filho de
oito anos, Byron, e a esposa, Mónica. Ávalos foi recebido sob as palmas dos
colegas, parentes e jornalistas que acompanham a operação - também testemunhada
pessoalmente pelo presidente chileno, Sebastián Piñera.
Bolívia
Outros dos primeiros mineiros a serem
resgatados foram Juan Illanes, Jimmy Sánchez e o boliviano Carlos Mamani, o
único estrangeiro do grupo. Ele foi recebido sob cânticos de
"Bo-bo-bo-li-li-li-via-via-via". Ao sair, se ajoelhou e recebeu a
saudação do presidente Piñera. "Bem-vindo à superfície, bem-vindo à
vida", disse Piñera. "Obrigado Chile, obrigado mundo, a Bolívia manda
um abraço a partir do acampamento Esperança", agradeceu Mamani.
Os homens que iniciaram a subida foram
escolhidos para encabeçar a lista por serem os mais fortes do grupo - logo,
estariam mais capacitado para lidar com eventuais dificuldades no trajeto.
Entretanto, nenhum problema foi registrado antes da operação. Pouco menos de
uma hora antes de o resgate começar, um técnico desceu até o local onde estão
os mineiros, analisou o estado do túnel e deu o aval para o início do
salvamento.
Resgate está sendo acompanhado ao vivo pela
mídia global Apesar da atenção da mídia, que deslocou mais de mil jornalistas
para a mina, Sepúlveda disse que não quer ser tratado de forma diferenciada.
"Não quero que me tratem como artista ou como animador, mas como Mário
Sepúlveda mineiro. Nasci para morrer no batente", disse. "Acho que
tive uma sorte extraordinária. Enfrentei muitas situações, essa foi a mais
dura."
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