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Segundo as pesquisadoras Maria Helena Jorge e Maria Koizume, duas das autoras do estudo denominado Acidentes de Trânsito no Brasil: A Situação das Capitais, um dos motivos da alta é o aumento da frota de motos nas capitais. A pesquisa apresentada por elas aponta que, de 2002 a 2006, o número de motos para cada mil habitantes subiu de 26,4 para 39,8 - aumento de cerca de 50%. De acordo com elas, o crescimento da frota de motos provocou o aumento do número de mortos e feridos em acidentes com esse tipo de veículo.
Ainda segundo o estudo, as quatro cidades com maior número de motos para cada habitantes - Boa Vista (RO), Goiânia (GO), Palmas (TO) e Campo Grande (MS) - são justamente as que têm o maior índice de mortos em acidentes envolvendo o veículo em 2005. Palmas (TO) é a campeã em mortalidade, com taxa de 9,6 para mil habitantes, e tem a terceira maior taxa de frota: 93,6 motos para cada mil habitantes.
Palmas e as outras três capitais também têm as mais altas taxas de mortalidade por acidente de trânsito envolvendo todos os veículos. Apesar de ter um dos trânsitos tidos como um dos mais violentos do país, São Paulo é a 23ª colocada no ranking de mortalidade composto pelas 27 capitais: 14,3 mortes por mil habitantes por ano.
Para Maria Helena, os dados do estudo comprovam que o trânsito tem que ser encarado também como um problema de saúde pública. “As mortes por acidente fazem com que nossa expectativa de vida não suba da forma que poderia subir. As vítimas de acidentes congestionam as filas dos hospitais; e os gastos com o tratamento têm impacto nas contas do SUS [Sistema Único de Saúde]”.
A pesquisadora afirma ainda que cerca de 99 pessoas morreram por dia no país, vítimas de 1.050 acidentes de trânsito (motos, carros e outros veiculos) registrados diariamente em 2005. “É o mesmo que um avião caindo no país todo dia.”
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