Ex-prefeito Paulo Maluf aparece na lista de procurados da Interpol

Ex-prefeito Paulo Maluf aparece na lista de procurados da Interpol



Procurado. Paulo Maluf, deputado (PP-SP), foi parar na mais importante página da Interpol que exibe em todo o mundo simultaneamente dados pessoais e tipos de acusação que pesam contra alvos de autoridades policiais e judiciais conectados à rede da Polícia Internacional. Fraude e conspiração, registra o endereço virtual da Interpol, são os crimes atribuídos ao ex-prefeito (1993-1996) de São Paulo.

Maluf teve nome e duas fotos incluídos na difusão vermelha da Interpol por solicitação dos Estados Unidos. A difusão vermelha é alerta máximo - categoria mais grave entre as escalas de enquadramento de suspeitos. Ele foi denunciado pela promotoria americana perante o Grande Júri de Nova York como beneficiário da conta Chanani, para a qual realizou remessas que somam US$ 11,68 milhões, entre janeiro e agosto de 1998.

A investigação indica que a Chanani foi utilizada para transferência de fundos e de ativos para contas secretas na Ilha de Jersey, paraíso fiscal do Canal da Mancha, e para "efetuar pagamentos relacionados com campanhas eleitorais políticas".

O promotor de Justiça Silvio Marques, especialista em ações contra improbidade, esclareceu que Maluf deu início a negociações para um acordo com os Estados Unidos a fim de ter seu nome excluído da folha corrida da Interpol.

Segundo Marques, Maluf não pode ser preso no Brasil, signatário da Interpol, e removido para os EUA. "Os americanos teriam que requerer extradição, só que a Constituição veta a extradição de brasileiro nato", disse. Mas o ex-prefeito não pode sair do País - corre o risco de ser capturado por agentes policiais.

"Lamentável que o ex-prefeito, procurado no mundo inteiro, tenha conseguido sucesso no anteprojeto de lei que busca claramente intimidar o Ministério Público", protestou Marques, em alusão à proposta de Maluf que deverá ir a plenário da Câmara na próxima semana e que prevê punição pesada a promotores e procuradores que supostamente agirem com má-fé ou movidos por interesses políticos. "Maluf está agindo em causa própria e de políticos corruptos."

O promotor ressaltou que ações contra Maluf no Brasil, que podem prescrever em um ano, estão sob apreciação do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal.

"Cabe ao Estado brasileiro adotar enérgicas providências contra tamanho acinte, desassombrado abuso, perpetrado contra o Poder Legislativo nacional e contra a soberania nacional", protesta o criminalista José Roberto Batochio, defensor de Maluf.

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