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Mais de 73 mil pessoas serão contratadas pelo comércio
brasileiro para as festas de fim de ano, com alta de 10% em comparação com o
mesmo período do ano passado, quando foram geradas 66,7 mil vagas temporárias
de emprego. A estimativa foi divulgada nesta quarta-feira (27), no Rio de
Janeiro, pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo
(CNC) .
Segundo o chefe da Divisão Econômica da CNC, Fabio Bentes, a
previsão se baseia no histórico do ano, “no qual todas as datas comemorativas
registraram alta depois de dois anos”. Bentes disse acreditar que tal cenário
deve perdurar até dezembro. “É aumento das vendas mesmo”.
O quadro de inflação baixa, juros em queda, retomada gradual
do emprego e confiança das famílias contribui para que a CNC projete aumento de
4,3% para as vendas do comércio varejista brasileiro no Natal, equivalente à
movimentação financeira de R$ 34,3 bilhões até dezembro. “Isso faz com que
tenhamos no Natal, que é a data mais importante para o varejo, uma alta também
depois de dois anos de queda nas vendas”, disse Bentes à Agência Brasil.
O economista afirmou que o emprego temporário é uma espécie
de aposta que o varejista faz no Natal, porque não pode deixar para contratar
em cima da hora. Por isso, a própria contratação do trabalhador temporário é
uma percepção mais favorável para o Natal deste ano em relação ao Natal do ano
passado, acrescentou.
Segmentos
O vestuário é um dos setores que mais crescem com o Natal.
As vendas aumentam mais de 80% em dezembro em comparação com o mês anterior.
Segundo Bentes, vestuário é o mais democrático dos segmentos, porque engloba
desde a lembrancinha adquirida no comércio popular até produtos de marca, mais
caros. Se isso ocorre nas vendas, acaba replicando também no emprego,
demandando mão de obra em dezembro.
De acordo com a CNC, além de serem os grandes empregadores
do varejo, concentrando juntos por 42% da força de trabalho do setor, vestuário
e hiper e supermercados costumam responder, em média, por 60% das vendas
natalinas.
O dólar tem ajudado o comércio, caindo em média 10% em
relação ao ano passado, disse Bentes. Isso permitiu ao varejo fazer estoque a
preços mais competitivos, importar produtos típicos do mês (de dezembro) e
colocar preços mais atraentes na prateleira. “O dólar não contaminou
negativamente o Natal deste ano”.
Bentes disse que o pagamento do bônus do Fundo de Garantia
do Tempo de Serviço (FGTS) ajudou o varejo no período de março a julho, mas
ressaltou que o que tende a ajudar o setor daqui para frente é a reativação do
emprego, inclusive pelo próprio comércio, com a contratação de temporários para
o fim de ano.
Efetivação
O economista considera possível a efetivação de uma parcela
significativa dos 73,1 mil postos temporários que serão criado para o fim de
ano. Nos chamados “anos bons”, como 2010 e 2014, quando o varejo estava muito
bem, mais de 30% dos temporários acabaram sendo contratados. Nos dois últimos
anos, contudo, as vendas caíram, resultando em queda no total de 10% no Natal,
o que fez com que a taxa de efetivação não chegasse a 15% das vagas
temporárias.
Para este ano, a CNC espera taxa de contratação na casa de
27%, “porque a perspectiva para 2018, não só pelo lado do Produto Interno Bruto
[PIB], mas do próprio emprego e das vendas do varejo, é mais favorável do que
foi em 2017”. Por isso, a tendência é ter uma taxa de absorção dos temporários
após o Natal deste ano mais alta do que no Natal dos dois últimos anos.
A CNC estima que o salário de admissão dos temporários fique
em R$ 1.191, com elevação de 7,1%, em termos nominais, na comparação com os
valores do mesmo período do ano passado. O maior salário de admissão deverá
ocorrer no ramo de artigos farmacêuticos, perfumaria e cosméticos, estimado em
R$ 1.446.
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