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Já a Confederação Nacional da Indústria (CNI), que reúne
mais de mil sindicatos patronais e quase 600 mil empresas, aprovou as mudanças
na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e disse que as alterações prestigiam
o diálogo entre patrões e empregados, representados por seus sindicatos, e
contribuirão para harmonizar as relações trabalhistas no país, assegurando o
reconhecimento de instrumentos coletivos de negociação, que passam a ter força
de lei.
“A valorização do papel da negociação coletiva, reconhecido
pelo Estado, dá força aos personagens principais do mundo do trabalho –
empresas e trabalhadores – para que pactuem rotinas e condições de trabalho
específicos à realidade em que estão inseridos”, destacou o presidente do
Conselho de Relações do Trabalho da CNI, Alexandre Furlan. Segundo Furlan, não
há perda ou redução de "direitos assegurados e alçados ao patamar
constitucional”. Ele ressaltou que a negociação coletiva, além de prevista na
Constituição Federal, já é uma prática comum no Brasil, embora, muitas vezes,
acordos e convenções trabalhistas legitimamente negociados sejam anulados
judicialmente, criando um quadro de insegurança jurídica.
A Associação Brasileira das Entidades dos Mercados
Financeiro e de Capitais (Anbima) manifestou apoio às mudanças na legislação
trabalhista, considerando-as “um importante passo para a modernização das
relações de trabalho no Brasil”."As reformas são necessárias para que
nossa economia recupere a capacidade de crescer e gerar empregos”, diz a
entidade, que lembra a a necessidade de outras mudanças, mas amplas, como a da
Previdência Social.
“Também é imprescindível uma agenda de reformas que promova
a reavaliação profunda do papel do Estado, com o objetivo de aumentar a
participação do setor privado em vários setores; aprofunde o ajuste fiscal, por
meio de reforma tributária que mire uma carga de impostos mais racional e justa
e estimule os investimentos em infraestrutura, suportados por fontes de
financiamento diversificadas e majoritariamente privadas”, acrescenta a Anbima.
A entidade diz, porém, que esta é uma “agenda difícil, que exigirá muito
debate”.
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São
Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, disse que a aprovação das mudanças na CLT é “uma
vitória da sociedade e do Brasil”. “Todos os direitos consagrados dos
trabalhadores permanecem sem nenhuma alteração. Por exemplo, 30 dias de férias
anuais, 13º salário, FGTS [Fundo de Garantia do Tempo de Serviço], descanso
semanal remunerado, entre outros. Além disso, novas formas de emprego serão
geradas”, afirmou Skaf. Para Skaf, o país “está maduro para viver uma nova
forma de relação entre trabalhadores e empregadores, positiva para todos” e
cobrando mudanças tributárias, na Previdência e na política.
Trabalhadores também divergem
Uma consulta
pública aberta no site do Senado e encerrada hoje (12)
obteve resultado diferente. Dos 188.952 internautas que responderam à pergunta
sobre o apoio à proposta de alteração da CLT, 172.163 disseram que não e 16.789
afirmaram que sim.
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