A Câmara Municipal de Três Lagoas aprovou por unanimidade o Projeto de Lei nº 51, que proíbe o plantio, comércio, transporte e produção da murta (Murraya paniculata), também conhecida como murta de cheiro ou dama da noite. A medida visa proteger a citricultura local, uma vez que a planta é hospedeira do psilídeo, inseto transmissor da bactéria causadora do greening, doença que afeta gravemente os pomares de citros. A Prefeitura de Três Lagoas já sancionou a Lei.
A legislação municipal complementa a Lei Estadual nº 6.293/2024, reforçando o controle local para evitar a propagação da doença. O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Marco Antônio Gomes Júnior, destacou que a eliminação da murta é estratégica para consolidar Três Lagoas como um novo polo de produção de laranja em Mato Grosso do Sul. Atualmente, o município possui cerca de 167 hectares de laranja plantados, com a meta de expandir para 3 mil hectares nos próximos anos.
O projeto prevê a substituição das mudas de murta por espécies ornamentais alternativas, como pingo-de-ouro, clúsia e cróton, além da realização de campanhas educativas junto à população para incentivar a troca voluntária das plantas. A Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Agronegócio (SEMEA) já iniciou o mapeamento das áreas públicas onde há presença da murta para realizar a erradicação e substituição das plantas.
O presidente do Sindicato Rural de Três Lagoas, Bruno Ribeiro, alertou que medidas preventivas como a erradicação da murta são essenciais para evitar prejuízos semelhantes aos registrados em São Paulo, maior produtor de cítricos do país. Ele enfatizou a importância da colaboração da população na eliminação da planta para proteger a citricultura local.
Com clima favorável, solo propício e localização estratégica, Três Lagoas se posiciona como protagonista no novo ciclo de expansão da citricultura em Mato Grosso do Sul. A eliminação da murta é vista como um passo importante para consolidar políticas públicas rigorosas em defesa da citricultura no estado.