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A pouco mais de duas semanas para a entrada em vigor das
novas regras para os juros do rotativo do cartão de crédito, o Banco do Brasil
anunciou hoje (14) a uma nova redução das taxas que, agora, passam a variar de
1,92% a 9,79% ao mês, para o rotativo, e de 1,91% a 9,38% mensal, para o
parcelado. Em janeiro, o banco estatal foi um dos primeiros a anunciar redução
dos juros do cartão de crédito, com queda de quatro pontos percentuais na
modalidade.
Para o economista e diretor-executivo de estudos econômicos
da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e
Contabilidade (Anefac), Miguel José Ribeiro de Oliveira, a medida é “boa para
todo mundo”, bancos e clientes.
“Boa para o cliente porque ele hoje paga uma taxa, em média,
de 15% ao mês e vai poder parcelar a dívida com uma taxa menor. Deve reduzir
pela metade. E bom para o banco mesmo ele ganhando menos porque com um juro
menor o risco de o cliente não pagar a dívida é menor também”, argumentou o
economista à Agência Brasil.
Para o diretor da Anefac, o novo anúncio do banco público
foi motivado pelas taxas que posteriormente foram anunciadas por outros bancos.
“O Banco do Brasil foi um dos primeiros bancos que anunciou a redução de taxa
de juros do rotativo quando o governo mudou a regra. Só que depois vieram os
outros bancos, Santander, Bradesco e Itaú anunciando uma taxa uma pouco menor.
Então, essa taxa agora está dentro do que os demais haviam anunciado”,
explicou.
De acordo com o Banco do Brasil, serão adotadas cinco faixas
de taxas de juros para cartões de crédito, que variam conforme o recebimento de
proventos pelo banco e pelo tipo de cartão de cada cliente.
“O destaque vai para as taxas válidas para cartões Ourocard
Elo Nanquim, que passa de 5,10% ao mês para 1,92%, significando uma redução de
mais de 3 pontos percentuais. Também foram reduzidas as taxas do parcelado para
esses cartões, saindo de 3,13% ao mês para 1,91%”, disse o banco, em nota.
O economista da Anefac ponderou, no entanto, que será
preciso aguardar a entrada em vigor das novas regras para saber qual serão as
taxas realmente aplicadas pelo sistema bancário. “É uma medida positiva, mas
temos que aguardar para ver se a maioria dos empréstimos vai ser em uma taxa de
2% ao mês ou de cerca de 10% ao mês. Temos que aguardar para saber qual será a
taxa média. De qualquer forma, considerando a taxa de hoje, qualquer redução é
bem-vinda”, frisou Oliveira.
Nova regra
Pelas novas regras anunciadas no final do ano passado e que
entrarão em vigor a partir do dia 3 de abril, sempre que o consumidor entrar no
crédito rotativo, depois de 30 dias o banco terá de oferecer ao cliente um
parcelamento do saldo devedor. Na prática, isso evita que a dívida do cartão de
crédito, que tem as mais altas taxas de juros, vire uma bola de neve.
Antes das novas regras, se o cliente tivesse uma fatura de
R$ 1 mil, mas optasse por pagar apenas R$ 150, no primeiro mês, o saldo devedor
saltaria de R$ 850 para R$ 948,72. No fim do sexto mês estaria em R$ 1.708,90.
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