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O retorno do otimismo da indústria levou o Indicador
Antecedente de Emprego (IAEmp) a subir 5,6 pontos em janeiro, alcançando 95,6
pontos – o maior nível desde os 98,7 pontos de maio de 2010. A melhora se deu
após o indicador recuar 3,1 pontos em dezembro de 2016, frente a novembro.
Os dados do IAEmp foram divulgados hoje (6), no Rio de
Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística da Fundação
Getulio Vargas (Ibre/FGV) e indicam que, na média móvel dos últimos três meses,
o indicador avançou 0,9 ponto.
Como reflexo da evolução favorável do Indicador Antecedente
de Emprego, o Indicador Coincidente de Desemprego (ICD) também fechou janeiro
com evolução favorável, recuando 1 ponto em janeiro, para 103,6 pontos. A queda
interrompeu a sequência de quatro altas consecutivas, mas foi, segundo a FGV,
insuficiente para alterar a tendência de alta do indicador em médias móveis
trimestrais.
Para o economista da FGV Fernando de Holanda Barbosa Filho,
o retorno do otimismo quanto à situação do emprego no país está diretamente
ligado ao ciclo de redução da taxa básica de juros, iniciada pelo Banco Central
no fim do ano passado.
“Os resultados do IAEmp foram puxados por um retorno do
otimismo na indústria quanto ao futuro e devem estar relacionados ao ciclo de
redução da taxa de juros iniciado no ano passado pelo Banco Central e que
ganhou força neste início de ano”, frisou.
Aceleração da economia
Para o economista, o retorno do otimismo na indústria “deve
contribuir para uma aceleração cíclica da economia mais adiante, ao longo do
ano”. Para Barbosa Filho, a queda observada no Índice Coincidente de Desemprego
representa uma estabilidade em um nível ainda elevado do indicador, enfatizando
a situação difícil do mercado de trabalho atual.
“A possível melhora da economia no futuro ainda não parece
influenciar a percepção de dificuldade atualmente presente no mercado de
trabalho brasileiro”, explica.
Os componentes que mais contribuíram para a alta do
Indicador Antecedente de Emprego foram os indicadores que medem a expectativa
com a situação dos negócios para os próximos seis meses e o ímpeto de
contratações nos próximos três meses, ambos da Sondagem da Indústria, com
variações de 11,1 e 10,9 pontos, respectivamente.
Em relação ao Indicador Coincidente de Desemprego, a classe do consumidor que mais contribuiu para a queda do índice foi o grupo dos consumidores com renda mensal familiar entre R$ 4.800 e R$ 9.600, cujo indicador de percepção de facilidade de se conseguir emprego (invertido) recuou 4,6 pontos.
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