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O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega foi preso
temporariamente na manhã de hoje (22) no âmbito da Operação Arquivo X da
Polícia Federal. De acordo com nota do Ministério Público Federal no Paraná, em
julho de 2012, o Consórcio Integra Ofsshore, formado pelas empresas Mendes Júnior
e OSX, firmou contrato com a Petrobras no valor de US$ 922 milhões, para a
construção das plataformas P-67 e P-70. No total, são cumpridos 48 mandados em
Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Rio Grande do Sul e no Distrito
Federal.
Em depoimento ao Ministério Público, o empresário Eike
Batista, ex-presidente do Conselho de Administração da OSX, disse que, em
novembro de 2012, Guido Mantega, que à época era presidente do Conselho de
Administração da Petrobras, teria pedido R$ 5 milhões para o Partido dos
Trabalhadores (PT).
Para operacionalizar o repasse, Eike Batista firmou contrato
falso com empresa ligada a publicitários já denunciados na Operação Lava Jato
por disponibilizarem seus serviços para a lavagem de dinheiro oriundo de
crimes. Após uma primeira tentativa frustrada de repasse em dezembro de 2012,
em abril de 2013 constatou-se a transferência de US$ 2,350 milhões, no
exterior, entre contas de Eike Batista e dos publicitários.
As consorciadas, que não tinham tradição no mercado específico
de construção e integração de plataformas, viabilizaram a contratação mediante
o repasse de valores a pessoas ligadas a agentes públicos e políticos.
As investigações revelaram que há indícios de que cerca de
R$ 7 milhões foram transferidos, entre fevereiro e dezembro de 2013, pela
Mendes Júnior para um operador financeiro já condenado no âmbito da Operação
Lava Jato. Ele teria ligações com um partido político e com a Diretoria
Internacional da Petrobras. Os repasses foram viabilizados por empresa de fachada
que, de acordo com a Procuradoria do Paraná, não tinha uma estrutura
minimamente compatível com os valores recebidos.
As investigações também identificaram repasse de mais de R$
6 milhões pelo Consórcio Integra Ofsshore com base em contrato ideologicamente
falso firmado em 2013 com a Tecna/Isolux. As provas testemunhal e documental,
que instruíram a representação do Ministério Público Federal (MPF), revelam que
o valor foi transferido no interesse do ex-ministro-chefe da Casa Civil José
Dirceu e de pessoas a ele relacionadas.
Constatou-se ainda que, no período dos fatos, empresas do
grupo Tecna/Isolux repassaram cerca de R$ 10 milhões à Credencial Construtora,
já utilizada por Dirceu para o recebimento de vantagens indevidas.
Entre março de 2013 e junho de 2014 foram identificados
repasses de mais de R$ 6 milhões da Mendes Júnior a empresas ligadas a um
executivo do grupo Tecna/Isolux.
O ex-ministro Guido Mantega será levado ainda hoje para a
sede da Polícia Federal em Curitiba. Às 10h os procuradores e delegados da
Polícia Federal concedem entrevista coletiva para dar detalhes da operação.
A Agência Brasil entrou em contato com o
escritório do advogado de Mantega, José Roberto Batochio, e aguarda um
posicionamento sobre a Operação Arquivo X.
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