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O Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todas os bens e
serviços produzidos no país, fechou o segundo trimestre de 2016 com queda de
0,6% comparativamente ao trimestre anterior na série livre de influências
sazonais. Quando comparada a igual período de 2015, a queda do PIB foi de 3,8%.
Com o resultado, o PIB acumula - nos primeiros seis meses do ano - retração de
4,6%, comparativamente aos seis primeiros meses de 2015.
Os dados das Contas Nacionais Trimestrais foram divulgadas
hoje (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e
indicam, no acumulado dos quatro trimestres terminados no segundo trimestre de
2016, decréscimo (-4,9%) em relação aos quatro trimestres anteriores. Em
valores correntes, o PIB no segundo trimestre de 2016 alcançou R$ 1,5 trilhão.
Resultados negativos
Com a queda de 0,6% do PIB neste segundo trimestre do ano, a
economia brasileira passou a registrar seis resultados negativos consecutivos
nas comparações com os trimestres imediatamente anteriores. Ao contrário do que
era esperado, foi a indústria que evitou que o PIB caísse ainda mais, uma vez
que fechou este segundo trimestre com crescimento de 0,3%, enquanto a
agropecuária e serviços encerraram em queda de 2% e 0,8%, respectivamente.
Pela ótica da despesa, a Formação Bruta de Capital Fixo
cresceu 0,4%, o primeiro resultado positivo após dez trimestres consecutivos em
queda. Já a Despesa de Consumo das Famílias, com a retração de 0,7%, caiu pelo
sexto trimestre seguido.
A Despesa de Consumo do Governo, no entanto, também recuou
em relação ao trimestre imediatamente anterior (-0,5%). No que se refere ao
setor externo, as Exportações de Bens e Serviços tiveram expansão de 0,4%,
enquanto que as Importações de Bens e Serviços cresceram 4,5%.
Eletricidade, gás, água, esgoto e limpeza crescem
Ainda segundo o IBGE, na Indústria, apesar da expansão de
0,3%, houve variação negativa de 0,2% na Construção. Já Extrativa mineral e a
atividade de Eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana cresceram,
respectivamente, 0,7% e 1,1%. A Indústria de Transformação manteve-se estável
no trimestre (0,0%).
Nos Serviços, o setor de Transporte, armazenagem e correio
puxou a queda de 0,8% na comparação com o trimestre imediatamente anterior, com
retração de 2,1%); seguido de Outros serviços (-1,7%); Intermediação financeira
e seguros (-1,1%); Comércio (-0,8%); e Serviços de informação (-0,6%).
Já o setor de Administração, saúde e educação pública
cresceu 0,5%, enquanto o item Atividades imobiliárias fechou o trimestre com
resultado praticamente estável (0,1%).
PIB tem nono resultado negativo consecutivo
O dados do IBGE divulgados hoje sobre as Contas Nacionais
Trimestrais indicam que, quando se compara o comportamento do PIB neste segundo
trimestre do ano com o mesmo trimestre do ano anterior, a queda se dá nos três
principais setores da economia: agropecuária, indústria e serviços.
Nesta base de comparação, a queda do PIB, como um todo, foi
de 3,8%, neste caso o nono resultado negativo consecutivo. No período, o Valor
Adicionado a preços básicos de mercado caiu 3,3% e os Impostos sobre Produtos
Líquidos de Subsídios recuaram em 6,8%.
Segundo o IBGE, dentre as atividades que contribuem para a
geração do Valor Adicionado, a Agropecuária acusou queda de 3,1% em relação a
igual período do ano anterior. Este resultado pode ser explicado pelo
desempenho de alguns produtos da lavoura que possuem safra relevante no segundo
trimestre.
Dados já divulgados pelo IBGE no Levantamento Sistemático da
Produção Agrícola (LSPA/IBGE - julho 2016), relativos a agosto, indicam que -
com exceção do café, que apresentou crescimento na estimativa de produção anual
de 11,2% - todas as demais culturas com safra neste trimestre registraram
decréscimo na estimativa de produção anual e perda de produtividade.
Já a queda de 3% na Indústria sobre o segundo trimestre de
2015 foi puxada pela Indústria de Transformação, com retração que chegou a
5,4%. O seu resultado foi influenciado pelo decréscimo da produção de máquinas
e equipamentos; da indústria automotiva e outros equipamentos de transporte;
produtos metalúrgicos; produtos de metal; artigos do vestuário; produtos do
refino de petróleo e móveis.
Ainda analisando o comportamento da Indústria, o setor da
Construção sofreu queda no volume do valor adicionado de -2,2%, enquanto a
Extrativa Mineral caiu 4,9%, puxada pela queda da extração de minérios
ferrosos.
A atividade de Eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza
urbana anotou expansão de 7,9%, influenciada pelo desligamento das
termelétricas no terceiro trimestre do ano passado e no primeiro e segundo
trimestres deste ano.
O setor de Serviços fechou com a maior queda: 3,3% na
comparação com o mesmo período do ano anterior. A retração do setor foi puxada,
principalmente, pela queda do Comércio (atacadista e varejista) que chegou a
7,4% e de 6,5% de Transporte, armazenagem e correio, neste caso puxada pelo
decréscimo do transporte de carga e de passageiros.
Consumo das famílias cai 5%
Ainda analisando o comportamento do PIB deste segundo
trimestre de 2016, comparativamente ao segundo trimestre de 2015, os dados do
IBGE indicam resultados negativos pelo sexto trimestre consecutivo em todos os
componentes da demanda interna, com destaque para o consumo das famílias.
Os números indicam que a Despesa de Consumo das Famílias
caiu 5%, “resultado que pode ser explicado pela deterioração dos indicadores de
inflação, juros, crédito, emprego e renda ao longo do período.”
A Formação Bruta de Capital Fixo, que fechou em queda de
8,8% no segundo trimestre, registrou o nono recuo consecutivo, justificado pela
queda das importações e da produção interna de bens de capital, sendo
influenciado ainda pelo desempenho negativo da construção. Já a Despesa de
Consumo do Governo caiu 2,2% em relação ao segundo trimestre de 2015.
Exportações crescem 4,3%, mas importações caem
Analisando o setor externo, enquanto as Exportações de Bens
e Serviços apresentaram expansão de 4,3%, as Importações de Bens e Serviços
caíram 10,6%, ambas, segundo o IBGE “influenciadas pela desvalorização cambial
de 14,3% e pelo desempenho da atividade econômica registrados no período.”
Dentre as exportações de bens, os destaques de crescimento
foram veículos automotores, agropecuária, metalurgia e papel e celulose. Na
pauta de importações de bens, as maiores quedas ocorreram em siderurgia,
indústria automotiva, produtos têxteis, vestuário e calçados, eletroeletrônicos
e petróleo.
R$ 1,5 trilhão em valores correntes
A taxa de investimento do país atingiu 16,8% do PIB no
segundo trimestre de 2016, que fechou o período em R$ 1,5 trilhões em valores
correntes. Deste total, R$ 1,3 trilhão refere-se ao Valor Adicionado a preços
básicos e R$ 212,3 trilhão aos Impostos sobre Produtos líquidos de Subsídios.
Segundo informou o IBGE, a taxa de investimento no segundo
trimestre deste ano chegou a 16,8% do PIB, resultado 18,4% menor que o
registrado no mesmo período de 2015. Já a taxa de poupança atingiu no trimestre
15,8% do PIB, neste caso um pequeno crescimento em relação aos 15,1% do mesmo
período de 2015.
(*) Texto atualizado às 10h22 para acréscimo de
informações
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