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O medalhista olímpico norte-americano Ryan Lochte divulgou
hoje (19) pelas redes sociais um pedido de desculpas "por não ser mais
cuidadoso e sincero" ao explicar o que ocorreu no domingo passado (14)
após participar dos Jogos Rio 2016.
Lochte e mais três nadadores da equipe dos Estados Unidos
haviam dito que tinham sofrido um assalto no Rio. Porém, ontem (18), a Polícia
Civil informou que os atletas não foram assaltados e se envolveram em uma
confusão em um posto de gasolina.
"Quero me desculpar por meu comportamento na semana
passada - por não ter sido mais cuidadoso e sincero - quando descrevi os
acontecimentos daquela manhã cedo [domingo, 14] e por meu papel em levar para
longe o foco dos muitos atletas que cumpriam os seus sonhos de participar nos
Jogos Olímpicos", disse Lochte em um comunicado.
"Eu queria compartilhar esses pensamentos até que
ficasse confirmada a situação jurídica e que ficasse claro que os meus
companheiros de equipe estariam chegando em casa com segurança."
Em seu pedido de desculpas, Ryan Lochte disse que a
experiência foi "traumática".
"É traumática por ter acontecido com os seus amigos em
um país estrangeiro - inclusive com a barreira da língua - e por ter acontecido
em um ponto estranho com uma arma apontada para você e pela exigência de
dinheiro para deixá-lo sair. Mas, independentemente do comportamento de
qualquer outra pessoa naquela noite, eu deveria ter sido muito mais responsável
e, por isso, lamento por meus companheiros de equipe, por meus fãs, por meus
colegas concorrentes, por meus patrocinadores, e pelos anfitriões deste grande
evento ", disse ele no comunicado.
Ryan Lochte também reconheceu que "esta foi uma
situação que poderia e deveria ter sido evitada". Ele também falou em sua
responsabilidade: "Eu aceito a responsabilidade pelo papel [que exerci]
neste incidente e aprendi algumas lições valiosas".
Falso relato
Ryan Lochte afirmou no domingo (14), quando estava ainda no
Rio de Janeiro, que ele e três outros nadadores - Gunnar Bentz, Jack Conger e James
Feigen - foram roubados em um táxi de manhã cedo enquanto se dirigiam para a
Vila Olímpica, após terem saída de uma festa.
Lochte disse, em entrevista à NBC News, na última
quarta-feira (17), que os nadadores tinham usado um banheiro em um posto de gasolina
e quando eles voltaram ao seu táxi, o motorista não se mexeu. Então dois homens
se aproximaram com armas e distintivos e, segundo Lochte, ordenaram que ele e
os demais atletas saíssem do carro.
Mas a história contada por eles foi desmentida ontem (18)
pelo delegado brasileiro Fernando Veloso. O delegado declarou, no Rio, que os
quatro nadadores dos Estados Unidos não foram roubados. Ao desmentir a
história, o delegado disse que um ou mais atletas olímpicos dos Estados Unidos
agiram como vândalos no banheiro do posto de gasolina. Os atletas quebraram
espelhos e danificaram outros objetos, segundo a polícia.
Os atletas tentaram sair do local, mas os seguranças do
posto pediram que eles permanecessem até a chegada da polícia. Outra pessoa que
estava no local pediu para interceder em favor de uma tentativa de diálogo
entre os atletas e os guardas.
Ryan Lochte e Jame Feigen foram indiciados por falsa
comunicação de crime depois que fizeram o registro de ocorrência do roubo que
não ocorreu. Feigen teve que pagar R$ 35 mil a uma instituição
assistencial para poder deixar o Brasil, informou hoje (19) a Polícia
Civil.
Ontem, Conger e Bentz prestaram depoimento e desmentiram a
versão do colega. O Comitê Olímpico dos Estados Unidos (Usoc, sigla em inglês)
pediu desculpas ao Rio de Janeiro e aos brasileiros pelo incidente causado
pelos nadadores norte-americanos.
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