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O ex-presidente da Federação Internacional de Futebol (Fifa)
João Havelange morreu hoje (16), aos 100 anos, no Rio de Janeiro. Ele estava
internado no Hospital Samaritano, de Botafogo, desde o mês passado, para
tratamento de pneumonia.
Advogado e empresário, João Havelange foi uma das figuras
mais influentes do mundo dos esportes. À frente da Fifa, Havelange foi apontado
como o responsável por várias transformações no futebol em todo o planeta.
Filho de um comerciante belga de armas, Jean-Marie Faustin
Goedefroid de Havelange nasceu no Rio de Janeiro em 8 de maio de 1916. O gosto
pelos esportes surgiu na infância, tornando-se atleta na juventude. Aos 20
anos, competiu com a equipe de natação brasileira nas Olimpíadas de Berlim. Em
1952, participou dos Jogos de Helsinque, na Finlândia, como jogador de polo
aquático.
Quatro anos depois, assumiu a presidência da extinta (CBD),
que reunia 24 esportes, entre eles, o futebol. Durante os 18 anos à frente da
entidade, viu o Brasil ser tricampeão mundial de futebol ao vencer as Copas de
1958 (Suécia), 1962 (Chile) e 1970 (México).
Em 1974, foi eleito presidente da Fifa, o primeiro de um
país fora da Europa a liderar a organização. Após sucessivas reeleições,
permaneceu como o homem mais poderoso do futebol por 24 anos, período em que
organizou seis Copas do Mundo e visitou mais de 180 países. No ano de 1998,
deixou o comando da federação, sendo homenageado com o título de presidente de
honra. Foi sucedido pelo economista suíço Joseph Blatter.
Depois da Fifa, passou a dedicar-se a negócios empresariais
e ao trabalho filantrópico. Desde 1963, integrava o Comitê Olímpico
Internacional (COI) e era o mais antigo membro do órgão. Em 2011, renunciou em
meio a ameaça do COI abrir uma investigação contra ele por suspeita de
corrupção. Havelange justificou, na época, a saída por motivos de saúde. Fora
do COI, ele conseguiu evitar ser punido e o processo foi arquivado.
Em 2012, depois de longa batalha jurídica, os documentos do
processo suíço foram publicados e, neles, provou-se que Havelange havia
"fraudado" a Fifa. Em 2013, ele renunciou ao cargo de presidente de honra da
organização.
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