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Depois de chegar ao bicampeonato olímpico nos 100m, 200m e
no revezamento 4x100m, como integrante do time da Jamaica, Usain Bolt concluiu
que tinha se tornado uma lenda do atletismo. Quatro anos depois, ele chega ao
Rio de Janeiro para, como definiu, tornar-se imortal. O primeiro passo para se
firmar, definitivamente, como o maior de todos os tempos foi dado na noite de
ontem (14), quando acelerou na reta final para cruzar a linha de chegada da
prova mais nobre do atletismo em 9s81.
“Foi isso que eu vim fazer aqui. Isso prova ao mundo que eu
sou o melhor novamente. É um bom começo”. O “Raio” segue assombrando o mundo,
atropelando adversários e reescrevendo a história da modalidade. E ele avisa:
“Estou em melhor forma do que no ano passado”. Confira os números por trás do
feito do jamaicano:
37% do desempenho da Jamaica
Sete das 19 medalhas de ouro da Jamaica em Jogos Olímpicos pertencem
ao tricampeão olímpico dos 100m. Ou seja, Bolt colabora com 37% do desempenho
histórico de seu país natal.
7 medalhas de ouro
Bolt aparece agora como o terceiro maior vencedor da
história do atletismo, com sete medalhas de ouro, sendo cinco em provas
individuais. Foi o primeiro atleta, entre homens e mulheres, a chegar ao
tricampeonato olímpico – e de forma consecutiva. Só existe um lugar para Bolt
no pódio: o primeiro. Em três Olimpíadas, nunca ganhou uma medalha de outra cor
se não a dourada.
9 medalhas
Caso confirme a expectativa de vencer as três provas em que
corre pela terceira vez consecutiva, Usain Bolt chegará às nove medalhas de
ouro, igualando-se ao norte-americano Carl Lewis e o finlandês Paavo Nurmi como
recordista em número de vitórias no atletismo olímpico. “Eu vim para esta
Olimpíada para ganhar três ouros e me afirmar como um dos maiores de todos os
tempos. Estou focado nisso. Se, por acaso, eu não conseguir, não vou me sentir
realizado”, disse Bolt.
1º lugar
A ordem do pódio da final olímpica foi quase uma repetição
do que se viu no último campeonato mundial, disputado no ano passado, em
Pequim. A diferença é que, naquela ocasião, o canadense Andre de Grasse dividiu
a medalha de bronze com o norte-americano Trayvon Bromell, que apareceu em
último lugar na corrida do Engenhão de ontem (14).
9s86
Este foi o tempo com que Bolt venceu a segunda semifinal dos
100m na Rio 2016, avançando para a grande decisão com o melhor tempo entre
todos os competidores. Com a marca, o “Raio” pulverizou seu melhor tempo do
ano, que, até então, era de 9s88. E ele ainda chegaria cinco centésimos mais
rápido na final. “Eu sabia que seria uma corrida difícil, como sempre é, mas
meu tempo na semifinal me deu confiança. Eu me senti muito bem depois do que
fiz na semifinal”.
9s81
Se tivesse sido alguns centésimos mais rápido, Bolt poderia
estabelecer o melhor tempo do ano. O vice-campeão Justin Gatlin, dos Estados
Unidos, ainda sustenta a marca de 9s80, alcançada na seletiva norte-americana
para os 100m. Este foi o pior tempo de Bolt em finais dos Jogos – em Pequim,
cravou 9s69 e em Londres, 9s63. E ele acredita que poderia ter voado ainda mais
baixo. “Foi complicado correr mais rápido porque o tempo de recuperação foi
muito, muito, muito curto. Na minha opinião, isso foi ridículo”.
Recorde mundial
Há sete anos, Bolt correu para 9s58 e estabeleceu o recorde
mundial que vigora até hoje. E ele afirma que só há uma pessoa capaz de
quebrá-lo: ele mesmo. “Depois da semifinal, eu me senti muito bem e pensei que
poderia quebrar o recorde ou chegar perto disso se tivesse tido um bom
intervalo de descanso. Provavelmente eu poderia, mas fui lá e deixei tudo o que
eu podia na pista”.
1h18
Foi o intervalo entre a bateria semifinal disputada por Bolt
e a largada para a final. O curto tempo de recuperação entre as duas provas foi
extremamente criticado pelo campeão. “Me afetou um pouco. Todos os anos, sempre
tivemos duas horas ou mais entre a semifinal e a final. Pessoalmente, acho que
se tivéssemos mais tempo, teríamos uma corrida ainda mais rápida. Eu esperava
correr mais rápido na final, mas o intervalo entre as provas foi péssimo para
qualquer atleta. Eu fiquei cansado depois dos 100m porque não tive tempo
suficiente. E eu nunca fico cansado”.
50 metros finais
Justamente na metade da prova é que Usain Bolt sentiu que
poderia ser o primeiro mais uma vez. “Não foi a melhor largada. Eu sabia que
Justin (Gatlin, segundo colocado) começaria bem, mas disse a mim para não me
preocupar e fazer o meu tempo para assumir a liderança. Nos 50m eu senti que
poderia vencê-lo”.
200 metros
Apesar de se manter como o homem mais rápido do planeta há
oito anos, Bolt elege a prova dos 200m como sua favorita. “Estou sempre
confiante para os 200m. A prova dos 100m é sempre a mais difícil para mim”. Ele
é campeão olímpico e mundial e recordista olímpico (19s30) e mundial (19s19)
nesta distância. As primeiras semifinais começam a ser disputadas amanhã (16).
400 metros
Depois de acompanhar o sul-africano Wayde van Niekerk
quebrar o recorde mundial dos 400m, Bolt revelou que seu técnico (Glen Mills)
deseja ver o velocista na prova mais longa. “Meu técnico quer que eu corra os
400m. Se dependesse dele, eu disputaria os 400m neste momento. Ele sempre me
diz que, se eu fosse correr esta prova, eu poderia quebrar o recorde dos 400m,
porque tenho velocidade e energia para isso”.
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