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Os testes clínicos para tratamento de câncer com a
fosfoetanolamina sintética, que ficou conhecida como “pílula do câncer”,
começam na próxima segunda-feira (25) em São Paulo. A pesquisa será conduzida
pelo Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp).
O início dos testes em humanos será possível após aprovação
da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa, do Ministério da Saúde. A Fundação
para o Remédio Popular (Furp), laboratório oficial da Secretaria de Saúde do
estado, forneceu as cápsulas suficientes da substância para realização da
pesquisa.
“O projeto de pesquisa clínica foi desenhado sob a ótica de
especialistas de alto conhecimento técnico. Nossa prioridade é a segurança dos
pacientes, por isso, primeiro vamos avaliar, com grande responsabilidade, se a
droga é segura e se há evidência de atividade. É um processo extenso, que deve
ser acompanhado com cautela”, diz, em nota, o oncologista Paulo Hoff,
diretor-geral do Icesp.
Segundo a Secretaria de Saúde, o pesquisador aposentado da
Universidade de São Paulo (USP) de São Carlos Gilberto Chierice tem acompanhado
todo o processo. A fosfoetanolamina sintética foi estudada por Chierice,
enquanto ele ainda estava ligado ao Grupo de Química Analítica e Tecnologia de
Polímeros da universidade. Algumas
pessoas tiveram acesso às cápsulas contendo a substância, produzidas pelo
professor, que usaram como medicamento contra o câncer.
“É a primeira vez na história que a fosfoetanolamina
sintética será testada em humanos, por iniciativa do governo de São Paulo. O
objetivo é avaliar a eficácia da substância no combate ao câncer”,
informa, em nota, a secretaria. O estudo prevê avaliação de 10 pacientes
na primeira fase, para determinar a segurança da dose que vem sendo usada na
comunidade.
Após a primeira etapa, caso a droga não apresente efeitos
colaterais graves, a pesquisa prosseguirá.
No chamado Estágio 1, está prevista a inclusão de mais 21
pacientes para cada um dos 10 grupos de tumor: cabeça e pescoço, pulmão, mama,
cólon e reto (intestino), colo uterino, próstata, melanoma, pâncreas, estômago
e fígado.
Se o Icesp observar sinais de atividade da substância nessa
fase, o Estágio 2 começa com mais 20 participantes em cada grupo.
Progressivamente, desde que se comprove atividade relevante, a inclusão de
novos pacientes continuará até atingir o máximo de mil pessoas, ou seja, 100
para cada tipo de câncer.
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