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A Coca-Cola Brasil, a Ambev e a PepsiCo Brasil deixarão de
vender refrigerantes às escolas com alunos de até 12 anos ou que tenha a
maioria dos alunos nessa faixa de idade. As fabricantes se comprometeram a
comercializar nesses locais apenas água mineral, suco com 100% de fruta, água
de coco e bebidas lácteas que atendam a critérios nutricionais específicos,
mantendo o foco na hidratação e na nutrição
A decisão foi divulgada hoje (22) pelas empresas e valerá a
partir de agosto. Em nota, as produtoras informam que consideram a obesidade um
“problema complexo” e que reconhecem seu papel de ser parte da solução.
Segundo a nota, “o novo portfólio tem como referência
diretrizes de associações internacionais de bebidas. Novos produtos lançados
pelas empresas poderão ser incluídos, no futuro, seguindo essas referências”.
Cantinas
Para o ajuste de portfólio, as empresas levaram em conta que
nessa faixa etária as crianças não têm maturidade suficiente para tomar
decisões de consumo e que, por isso, as fabricantes devem auxiliar a moldar um
ambiente que facilite escolhas adequadas.
A política valerá para as cantinas que compram diretamente
das fabricantes e de seus distribuidores. Em relação àquelas que se abastecem
em outros pontos de venda (supermercados, redes de atacados e adegas, por
exemplo) haverá uma ação de sensibilização desses comerciantes, por meio da
qual todos serão convidados a seguir a medida.
De acordo com a presidente da Associação de Nutricionistas
do Distrito Federal, Simone Rocha, a decisão das fabricantes é positiva e segue
articulações nacionais que apontam para a proibição de venda de refrigerantes
em escolas públicas e privadas. Em alguns estados, como na Paraíba, já existe
uma lei local proibindo a venda do produto em escolas públicas e privadas. Além
disso, várias escolas do país já adotam a medida em suas cantinas.
Conforme Simone Rocha, o refrigerante é uma "caloria
vazia", sem nutrientes e, além disso, tem conservantes, corantes e outros
componentes que não fazem bem à saúde. “O consumo diário de refrigerante pode
levar à obesidade, diminuir a absorção de cálcio e levar ao comprometimento da
saúde óssea”, detalhou.
Simone acrescentou que não ter o produto disponível
diariamente durante a infância influencia na formação dos hábitos alimentares
do adulto.”Se ela não tem acesso, não vai ter aquilo como comum. Vai adotar
como algo de momentos festivos. Já se tiver disponível todos os dias, vai
tornar natural e pensar que é inofensivo”, concluiu.
* A matéria foi
alterada às 16h11 para inclusão de novas informações.
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