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A contração da economia fará o Brasil registrar déficits
primários (resultado negativo nas contas públicas antes do pagamento dos juros)
até 2019, divulgou hoje (13) o Fundo Monetário Internacional (FMI). De acordo
com o relatório Monitor Fiscal, a dívida bruta do país poderá chegar a 91,7% do
Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no país) em 2021.
Segundo o relatório, a deterioração fiscal experimentada
pelo Brasil no ano passado foi provocada pela combinação de três fatores: forte
retração da economia, fraco desempenho das receitas e instabilidade política.
Para o FMI, não apenas o Brasil, mas vários países serão afetados por
turbulências políticas neste ano, independentemente do nível de
desenvolvimento.
“O calendário eleitoral ou a disputa política podem
complicar a implementação de políticas ou desencorajar ações políticas fortes
em 2016 em vários países, incluindo economias avançadas [Austrália, Grécia,
Estados Unidos], mercados emergentes [Brasil, África do Sul, Venezuela] e
países de baixa renda [Gana e Zâmbia]”, informou o relatório.
O relatório do FMI projeta déficit primário de 1,7% do PIB para
este ano, 1,4% em 2017, 1% em 2018 e 0,3% em 2019. Somente no ano seguinte, o
país voltaria a registrar resultados positivos nas contas públicas, com
superávit primário de 0,9% do PIB em 2020 e de 1,6% em 2021. O superávit
primário é a economia para pagar os juros da dívida pública.
Para o FMI, a sequência de resultados fiscais negativos
continuará a impulsionar a dívida pública bruta do país. De 73,7% do PIB
registrados no ano passado, o indicador subirá para 76,3% este ano, 80,5% em
2017, 83,6% em 2018, 86,4% em 2019, 89,1% em 2020, podendo chegar a 91,7% em
2021.
A dívida pública calculada pelo FMI é mais alta que o
indicador divulgado pelo Banco Central do Brasil, segundo o qual a Dívida Bruta
do Governo Geral encerrou 2015 em 65,5% do PIB. A diferença ocorre porque o
governo brasileiro desconsidera da dívida bruta cerca de R$ 900 bilhões em
títulos públicos usados pelo Banco Central para regular a quantidade de
dinheiro em circulação na economia por meio das operações compromissadas.
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