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Relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostra que
quem tem diabetes pode ter vida longa e saudável se a doença for detectada a
tempo e bem controlada. A endocrinologista Michele Borba, que atende em uma
unidade de saúde do Distrito Federal voltada para a doença, aconselha a quem
tem histórico na família que faça o exame de glicemia em jejum anualmente para
melhor controle.
O número de diabéticos nas Américas triplicou desde 1980 e
segundo a OMS, a doença é a quarta maior causa de morte na região, depois do
infarto, acidente vascular cerebral e de demências. De acordo com o Sistema de
Informação de Mortalidade (SIM), no Brasil mais de 57 mil pessoas morreram por
complicações relacionadas à doença em 2013. O diabetes foi o tema escolhido
pela OMS para marcar o Dia Mundial da Saúde, lembrado nesta quinta-feira (7).
Ainda hoje, a organização e o Minsitério da Saúde devem divulgar dados
atualizados sobre a doença no país.
Segundo Michele, esse aumento é percebido no dia a dia no
posto e as maiores causas são o sedentarismo e a má alimentação. A especialista
lembra que resumidamente, o diabetes do tipo 1 é uma doença autoimune, já o do
tipo 2 tem uma carga genética, mas o estilo de vida é decisivo para desencadear
a doença.
“A do tipo 1 tem autoimunidade. Em algum momento da vida, a
pessoa tem anticorpos que reagem contra as células do pâncreas, que são
produtoras de insulina. Isso pode ter caráter multifatorial. Há genética
envolvida, mas pode ter outros fatores”, afirmou, acrescentando que as pessoas
costumam ser diagnosticadas crianças ou jovens. Já a do tipo 2 é mais frequente
entre os 40 e 50 anos de idade. “Com sedentarismo, obesidade e hábitos
alimentares ruins, a pessoa que tem uma carga genética de propensão para a
doença, mais cedo ou mais tarde acaba desenvolvendo o diabetes tipo 2, mas isso
pode ser evitado com mudança de estilo de vida”.
A médica lembra que não há cura para a doença, mas sim
prevenção e controle. “Se você tem história familiar, alimentar-se de forma
saudável e fazer atividade física é uma prevenção”, sugere.
Dados da OMS indicam que nas Américas mais de 60% da população estão acima do
peso ou obesa, em grande parte como resultado de mudanças de estilo de vida
relacionadas ao desenvolvimento e à globalização.
O novo relatório da organização destaca que o aumento de
casos do diabetes pode ser retardado por meio de uma combinação de políticas
fiscais, legislação, mudanças no meio ambiente e conscientização das pessoas
para a necessidade de modificar os fatores de risco para a doença. “Isso inclui
políticas que aumentem os impostos sobre bebidas açucaradas e a adoção de
rotulagem frontal nos alimentos, alertando os consumidores sobre os produtos
processados com alta quantidade de gordura, açúcar e sal, com o objetivo de
desencorajar seu consumo”, diz a OMS.
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