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A paciência do Planalto com os clubes e a CBF está no fim.
Tanto que o governo trabalhará contra a MP do Futebol caso os clubes continuem
a pressionar por mudanças no texto do relator, deputado Otávio Leite (PSDB-MG).
Nesta terça-feira (16), Leite tentou fazer a leitura de seu relatório na
comissão especial e acabou adiando em função de um pedido de última hora dos
clubes, que solicitaram uma audiência com ele. Se os clubes continuarem a
pressionar, o governo trabalhará contra o texto, seja votando contra ou mesmo
deixando a MP caducar e perder seu efeito. As informações são do portal G1.
Perguntado sobre a possibilidade de o governo abrir mão em
mais algum aspecto no texto, o líder do governo na Câmara, José Guimarães
(PT-CE), foi enfático. “De forma nenhuma. O texto do relator foi produzido a
quatro mãos, pelo governo - a assessoria técnica - e o relator, pelo Congresso,
pela comissão especial. É um relatório na medida. Não dá para ir além disso. É
querer tudo”, criticou.
A dívida estimada dos clubes com a União é de R$ 4 bilhões.
Nos bastidores, o lobby dos clubes para flexibilizar cada vez mais as
contrapartidas contidas na MP têm irritado o governo e alguns membros da
comissão. A MP do Futebol cria um esquema de parcelamento das dívidas dos
clubes com a União mediante ao cumprimento de uma série de condições.
O governo avalia também que, no momento em que busca fazer o
ajuste fiscal, não pode ceder infinitamente e abrir mão de uma quantia nada
desprezível. Além disso, pesa a recente crise da Fifa, que esbarrou na CBF a
partir da prisão do ex-presidente da entidade gestora do futebol brasileiro,
José Maria Marin (PTB-SP), detido na Suíça.
“Num momento como esse, estamos tomando uma medida
absolutamente necessária não só para o futebol feminino, masculino, enfim, para
resolver o problema do refinanciamento. É um Refis e eles ficam criando dificuldade
onde não pode querer. Se impuserem algum tipo de mudança, vamos trabalhar para
derrubar essa medida provisória e aí quem perde é o futebol masculino, o
feminino, é o esporte brasileiro”, declarou o líder do governo.
Guimarães afirmou que o Planalto não aceitará mais nenhuma
mudança no texto do relator, que apresentou um relatório preliminar e deverá,
na tarde desta quarta-feira, fazer a leitura do texto final. “Estamos
trabalhando com o ministro dos esportes e com o relator para acolher e votar
aquilo que foi produzido, articulado e consolidado com o relator. Portanto, não
vamos abrir mão do que já foi negociado politicamente”, disse Guimarães.
A partir da leitura do relatório final, o texto será votado
na comissão especial e, se aprovado, seguirá para apreciação nos Plenários da
Câmara e do Senado, respectivamente. “Não podemos resolver todos os problemas
do futebol brasileiro numa medida provisória. Já avançamos muito. Fizemos um
Refis para eles, para negociar as dívidas. Como eles querem outras coisas? Não.
Temos de democratizar a gestão, temos de fazer aquilo que é possível e esse foi
o caminho escolhido pelo governo”, afirmou o líder do governo na Câmara.
Caso fracasse o esforço para a manutenção do texto atual e
com isso a tramitação da MP do Futebol, Guimarães afirmou que os clubes
perderão uma chance e que as dívidas serão tratadas na Justiça. “Claro. Quem
deve, paga”, resumiu o líder.
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