O
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento informou hoje (24) que
acionou seu sistema de defesa animal para investigar um caso de encefalopatia
espongiforme bovina (EEB), popularmente conhecida como doença da vaca
louca, em Mato Grosso. A suspeita é que se trata de um caso atípico, quando a
doença surge de forma esporádica e espontânea e não está relacionada à ingestão
de alimentos contaminados.
De
acordo nota divulgada pelo ministério, o animal sob suspeita foi criado
exclusivamente com pasto e sal mineral e abatido em idade avançada. Segundo a
pasta, a carne não entrou na cadeia de consumo. A doença da vaca louca é
causada por uma proteína chamada príon, que pode ser transmitida a bovinos e
caprinos quando alimentados com ração de farinha contendo carne e ossos de
animais contaminados. Além de causar a morte dos animais, a EEB pode infectar
seres humanos.
Segundo
o Ministério da Agricultura, o animal infectado foi enviado para abate em 19 de
março deste ano por problemas reprodutivos e sem sintomas de distúrbios
neurológicos. Como na inspeção post mortem foi detectado que ele
estava em decúbito (posição deitada) forçado, foram coletadas amostras para
teste. Os resultados mostraram marcação priônica, indicativo de que o animal
tinha a doença.
De
acordo com a pasta, o próximo passo será enviar as amostras ao laboratório da
Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) em Weybridge, na Inglaterra, para
confirmação da suspeita. O ministério informou que também iniciou um processo
de investigação epidemiológica em campo.
Segundo
a nota, “todas as informações já foram repassadas à OIE, que enalteceu a
transparência e a competência brasileira”. O texto informa ainda que haverá
mais informações sobre o caso na próxima semana, após o resultado da análise do
organismo internacional. Também após a conclusão dos exames, o Brasil deverá
notificar oficialmente a OIE e os países compradores de carne sobre a presença
de um animal contaminado no rebanho.
No
ano passado, após a confirmação de um caso de doença da vaca louca em um animal
morto em 2010 em Sertanópolis (PR), vários países suspenderam a compra da carne
brasileira, embora também se tratasse de EEB atípica. A OIE não alterou a
classificação de risco do Brasil para a doença, que continua
insignificante. Os países que deixaram de comprar carne foram o Japão, a
China, o Peru, o Líbano, a Coreia do Sul, a Arábia Saudita, a África do Sul,
Taiwan, a Jordânia e o Chile.