A busca por satisfação
pessoal ou complementação financeira, ano a ano, faz aumentar o número
aposentados que voltam ao mercado de trabalho. O Sindicato dos Aposentados de
Araçatuba estima que na região pelo menos 70% de seus quatro mil associados
exercem algum tipo de atividade remunerada. Desse contingente, cerca de duas
mil pessoas trabalham para complementar a renda familiar, porque a maioria dos
benefícios não ultrapassa R$ 780 mês. O valor corresponde a pouco mais que o
salário-mínimo atual, que é de R$ 724.
"A afirmação é feita com base nos relatos diários ouvidos durante
os atendimentos prestados aqui no sindicato", explica o presidente da
entidade, Joaquim José Nunes. A taxa nacional dos aposentados que trabalham é
de 25%, segundo a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad),
realizada em 2011 pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística).
Nunes conta que na região a maioria dos aposentados não retorna para
funções exercidas antes da aposentadoria. Mas aproveita para realizar
sonhos profissionais, como ocorreu com ele. Depois de trabalhar por 29 anos no
Sesi (Serviço Social da Indústria), onde entrou como servente e saiu como
coordenador regional, no ano de 2000, pôde investir em sua carreira como
advogado. "Me formei em 1982. Durante 18 anos mantive o registro ativo na
OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), na expectativa de que um dia conseguiria
exercer minha profissão", contou.
DEPRESSÃO
A decisão de abrir o escritório foi por medo da depressão, aos 53 anos.
"As pessoas não recebem preparo psicológico para deixar a rotina de
trabalho. Por isso, quando a obrigação cessa, muitos acabam com a saúde afetada
por falta desse compromisso", avaliou.
Setenta por cento dos aposentados da região voltam ao trabalho
Setenta por cento dos aposentados da região voltam ao trabalho
