Produtores de
cana região noroeste paulista estão preocupados com o futuro da cultura. Os
custos de produção aumentaram, mas o preço pago pelas usinas pelo produto se
mantém estável. Para tentar mudar a situação eles apostam em duas frentes: mais
força política e mais investimento em tecnologia. As informações são do portal G1/TV Tem.
Mesmo com a
grande produção de cana a perder de vista, não é o suficiente para cobrir os
gastos gerados pelo plantio. Essa é a principal reclamação dos produtores. Para
eles o problema também é responsável pela má fase vivida por quem investe a
cultura. “A tendência pelo custo do insumo, como adubo, herbicida, e outros
produtos, ela vem encarecendo automaticamente e o preço da cana está
paralisado”, afirma o produtor Roberto Bispo.
Segundo parte dos
produtores do noroeste do estado, o setor atravessa um dos piores momentos
desde a crise mundial de 2008. A oscilação do dólar contribuiu para o
encarecimento dos insumos usados nas lavouras.
Para Antônio
Girardi, presidente de uma associação de produtores, que juntos tem quase 15
mil hectares de cana plantados na região, faltam políticas públicas para
subsidiar a atividade. “Precisa definir as regras do jogo, não podemos competir
com o combustível fóssil, que é péssimo ambientalmente, a um custo de R$ 3,57 o
litro e o governo vender na bomba por R$ 2,60 e o álcool competir com uma
situação desta”, diz o presidente.
Para tentar
amenizar a situação, quem planta tenta resolver problemas pontuais. Um deles é
o desperdício de cana na colheita mecanizada que pode chegar a 10 % da
produção. Outro é encontrar uma forma de fazer a plantação render mais na mesma
área, mas os desafios do setor, como um todo no Brasil, são maiores e mais
complexos. Por isso é preciso muito estudo e discussão para definir o futuro na
cultura.
Com frequência, o
assunto vem sendo debatido em congressos e em encontros de agronegócios. Um
deles foi realizado em Araçatuba (SP). Uma das saídas apontadas para contornar
a crise é conhecer a realidade de cada um. “Nós já tivemos crise de falta de
demanda, agora é de falta de oferta. O importante é mostrar que o custo de
produção é diferente em várias unidades e isso dificulta”, diz Caio Carvalho,
presidente da Associação Brasileira de Agronegócio.