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Pesquisa
feita pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) com 5 mil homens revela que
44% dos entrevistados nunca foram a uma consulta com um urologista nem fazem
exames preventivos. “Isso é o retrato de como a gente cuida da própria saúde”,
analisou hoje (11) o diretor da SBU, Henrique Rodrigues. O levantamento foi
feito em seis capitais brasileiras: Rio de Janeiro, Porto Alegre, São Paulo,
Recife, Belo Horizonte e Brasília.
A
pesquisa mostra que 47% dos homens ouvidos nunca fizeram exames para detectar o
câncer de próstata. Apenas 23% fazem o exame anualmente. “Não é uma
exclusividade do câncer de próstata. Eu acho que o grande retrato que essa pesquisa
traz é que o homem brasileiro cuida mal da própria saúde”, destacou o diretor.
“O
que a gente vê é uma falta de preocupação das pessoas em geral com o cuidar da
própria saúde. Isso de forma mais abrangente. Não diz respeito somente a cuidar
da próstata”, acrescentou Rodrigues. Ele avaliou que, apesar dos dados do
levantamento, o preconceito em torno da ida ao urologista, relacionado ao exame
de próstata, vem diminuindo.
A
SBU defende a ampliação dos centros de Saúde do Homem com atendimento no Sistema
Único de Saúde (SUS), visando a aumentar o acesso da parcela masculina da
população aos exames para diagnóstico de câncer de próstata. Rodrigues disse
que os ambulatórios de urologia dos hospitais ligados ao SUS estão preparados
para fazer esse tipo de exame. “A nossa luta é para ampliar o acesso. Ele já
existe, mas não consegue atender à demanda de pacientes que necessitam desse
exame”.
A
pesquisa mostra também que 51% dos entrevistados nunca fizeram exames para
aferir os níveis de testosterona (hormônio masculino) no sangue e que somente
37% disseram saber o que é a andropausa, período que tem início por volta dos
50 anos e é caracterizado pela redução dos níveis hormonais.
Henrique
Rodrigues disse que a andropausa constitui um foco de interesse da SBU, porque
a deficiência de hormônios no homem têm uma série de consequências que não
estão relacionadas necessariamente à parte sexual. Os homens que apresentam
baixa da testosterona têm aumento do percentual de gordura na composição do
corpo e redução da massa muscular e do vigor físico, bem como da capacidade de
concentração. Também sofrem aumento da irritabilidade e têm alterações do sono.
Rodrigues
destacou que a incidência de homens que precisam de reposição hormonal vai
aumentando à medida que eles vão ficando mais velhos. Por isso, a necessidade
de procurar um tratamento adequado. “O nosso corpo não é compartimentado.
Existe uma correlação grande entre todos os órgãos. O nível de testosterona é
importante para vários sistemas”. De acordo com a pesquisa, somente 24% dos
homens entrevistados sabem que existe o tratamento com reposição hormonal para
controlar os níveis de testosterona.
Para
conscientizar os homens sobre a importância do cuidado com a saúde e da
prevenção de doenças, a SBU e a Bayer do Brasil farão um mutirão a partir do
dia 15, quando se comemora o Dia Nacional do Homem, na Estação Sé do metrô, em
São Paulo. A entidade busca também, no Congresso Nacional, criar uma frente
parlamentar para atuar na área de saúde do homem, de modo a ampliar esse
serviço no país.
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