Em crise, Santa Casa de Murutinga do Sul fecha as portas

Em crise, Santa Casa de Murutinga do Sul fecha as portas

Santa Casa de Murutinga do Sul fechou as portas no começo do ano (Foto: Reprodução / TV Tem)
Santa Casa de Murutinga do Sul fechou as portas no começo do ano (Foto: Reprodução / TV Tem)

Não é de hoje que as Santas Casas do noroeste paulista estão com problemas financeiros. Mas uma delas chegou ao ponto maior de uma crise: fechar totalmente as portas. Isso aconteceu em Murutinga do Sul (SP). Agora, tudo o que existe na cidade é um posto de saúde. As informações são da TV Tem / G1.

 

O prédio está desativado desde o dia 1º de janeiro. Mas a precariedade nos atendimentos já dura mais de quatro anos. A dona de casa Edna Aparecida Puchetto conta que o neto foi levado as pressas à Santa Casa, mas quando chegou ao local, não havia médico. “Tem alguns exames e consultas que não funcionam e o atendimento precisa ser feito em outras cidades”, afirma.

 

Com inúmeros débitos, quebra de convênios e um repasse pequeno da prefeitura e do SUS, Sistema Único de Saúde, foi inevitável o fechamento. “O gasto, em média, é de mais de R$ 200 mil por mês para manutenção e a autorização de repasse da prefeitura era apenas R$ 14 mil. É inviável hoje tocar o hospital”, diz o prefeito José Célio Campos.

 

Murutinga do Sul, de aproximadamente cinco mil habitantes, conta com apenas uma Unidade Básica de Saúde, para atendimentos de urgência e emergência. Quando acontece algum caso mais grave ou durante a madrugada, o paciente é transferido para outras cidades.

 

Portas fechadas, falta de médicos, cancelamento de cirurgias. Essa é a realidade de muitos hospitais do noroeste paulista. Segundo a Confederação das Santas Casas de Misericórdia, em todo país, 87% das instituições estão com as contas no vermelho.

 

Nesse cenário de má administração e verbas insuficientes, em Murutinga do Sul, as portas devem continuar fechadas por um bom tempo. “Não vejo prejuízo nenhum para a assistência. Os usuários estão sendo atendidos no posto e depois transportado com segurança e atendidos também no hospital de referência”, afirma a secretaria de Saúde, Marli das Graças de Paula.

 

É obrigação dos municípios fornecer o atendimento básico e o de urgência e emergência, e não transferir para outras cidades essa responsabilidade. Se tudo o que Muritinga do Sul tem é uma unidade básica, os moradores não têm o atendimento mínimo previsto em lei. O ex-administrador da Santa Casa, que também é ex-prefeito, alega que a dívida do hospital é pagável, mas não falou da falta de documentos das dívidas. O Ministério da Saúde não respondeu sobre a tabela do SUS.

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