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O
cubano Julio Cesar La Cruz Peraza estava entalado na garganta de Yamaguchi
Falcão desde a final dos Jogos Pan-americanos Guadalajara 2011, quando o
brasileiro sofreu uma dolorida derrota e ficou com a medalha de prata. O atual
campeão mundial voltou a cruzar o caminho do meio-pesado nas quartas de final
em Londres 2012, mas desta vez Yamaguchi sabia exatamente o que fazer: esperar.
Foi assim que o capixaba conseguiu a vitória por 18 a 15, nesta quarta-feira, 8
de agosto, e avançou à semifinal da categoria até 81kg. Com o resultado, ele
garantiu mais uma medalha no boxe para o Brasil e para a família Falcão, já que
seu irmão, Esquiva, também tem lugar certo no pódio entre os médios e Adriana
Araújo já conquistou o bronze na disputa do peso-leve entre as mulheres.
“Estou
muito feliz, a minha vontade é ir para um canto e gritar bem alto para
desentalar de vez isso da garganta. Ele estava realmente engasgado desde
Guadalajara e hoje eu tirei um peso enorme dos meus ombros. Na verdade, não
estava lutando nem pela medalha, estava lutando para apagar aquela derrota do
Pan”, desabafou Yamaguchi. “É uma realização muito grande para a minha família,
poder sair daqui com uma medalha junto com meu irmão. Fiz uma promessa de
voltar com uma medalha para meu pai e nós dois cumprimos isso. É muita emoção”.
Vindo
de vitórias apertadas nas duas primeiras lutas em Londres, diante do indiano
Sumit Sangwan e do chinês Fanlong Meng, Yamaguchi sabia que estava diante de
seu maior desafio na competição, nesta quarta-feira. Número 1 do mundo, atual
campeão mundial e considerado favorito ao ouro na categoria, La Cruz foi
cuidadosamente estudado pela equipe do brasileiro, que traçou uma estratégia
certeira. O mais velho dos irmãos Falcão executou com perfeição a tática e no
primeiro round viu La Cruz girar pelo ringue e tentar alguns golpes, mas
acertar muito poucos. O brasileiro, determinado a aguardar as melhores chances,
não desperdiçou energia e encaixou alguns bons socos. O round terminou empatado
em 4 a 4.
O
segundo assalto virou para o lado do brasileiro quando ele conseguiu que La
Cruz entrasse no seu jogo e caminhasse em sua direção. Apostando no
contragolpe, Yamaguchi acertou um bom direto e garantiu uma pequena vantagem,
vencendo o round por por 6 a 5. A desvantagem obrigou o cubano a partir para o
tudo ou nada no último assalto, e o brasileiro manteve seu plano de ação:
esperou a hora certa de encaixar seus golpes de contra-ataque e não abriu
brechas desnecessárias para o rival. Depois de uma boa sequência logo no início
do round, manteve a curta distância e garantiu uma vitória pela boa margem de 8
a 6, selando a vitória por 18 a 15.
“Tudo
deu certo porque eu me preparei muito para esse combate. Quando soube que a
minha terceira luta poderia ser com ele, estudei muito, pensei mais nessa luta
do que em qualquer outra. Em Guadalajara, ataquei o tempo todo e depois percebi
que não tinha sido a estratégia certa. Hoje eu esperei, fiz com que ele viesse
até mim e ele veio. Meus treinadores disseram para eu esperar, que ele viria
para cima de mim, para eu acreditar na minha velocidade. Ele veio para cima e
foi fisgado”, brincou, sem titubear quando questionado se a vitória sobre o
maior rival não o esfriaria para o restante da competição. “Agora é que a coisa
esquenta de verdade, está só começando”.
Yamaguchi
enfrenta na próxima sexta-feira - mesmo dia em que seu irmão Esquiva luta por
uma vaga na final - o russo Egor Mekhontcev, que derrotou nas quartas o uzbeque
Elshod Rasulov. Caso avance, terá pela frente o vencedor do confronto entre
Adilbek Niyazymbetov, do Cazaquistão, e Oleksandr Gvozdyk, da Ucrânia, que
duelam do outro lado da chave.
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