Joanna Maranhão vai à semifinal e comemora nova chance

Joanna Maranhão vai à semifinal e comemora nova chance

Crédito: Valterci Santos/AGIF/COB
Crédito: Valterci Santos/AGIF/COB

Após sofrer uma queda no banheiro de seu quarto na Vila Olímpica, abrir o supercílio e ficar fora dos 400m medley, sua principal prova, Joanna Maranhão saiu da água chorando de felicidade por finalmente ter entrado na piscina do Centro Aquático de Londres para disputar as eliminatórias dos 200m medley nesta segunda-feira, 30 de julho. As lágrimas da nadadora, que chegou em sétimo lugar na sua bateria, se transformaram num pranto emocionado quando ela viu seu nome em 16º lugar no monitor da área de entrevistas da arena.

 

“Eu entrei na semifinal?”, perguntou, em choque ao confirmar a classificação, antes de cair no choro. “Depois de oito anos sou semifinalista olímpica. As coisas são engraçadas. Na minha cabeça, eu ia começar com os 400m medley e ganhar velocidade para os 200m, que não é a minha especialidade. O que eu queria era competir nos 400 medley. Bem ou mal, rápido ou devagar, sendo finalista olímpica ou ficando em último lugar, o que todo mundo quer aqui é nadar. E quando isso é tirado de você, é um vazio muito grande”.

 

Joanna se preparou como nunca para disputar os 400m medley, sua especialidade, mas na manhã da prova sentiu um mal estar e caiu no banheiro, sofrendo um corte no supercílio direito. Precisou levar pontos e foi encaminhada ao hospital por precaução, ficando fora da disputa. A surpresa da classificação à semifinal nesta segunda veio com gosto de redenção.

 

“Passei os últimos meses tomando cuidado com tudo o que comia, evitando pegar estrada, brincar de basquete... e de repente, três horas antes da minha prova, acontece essa fatalidade. Só lembro de ter acordado no chão com o rosto sangrando e pensando: hoje não”, lembrou Joanna, que aos 17 anos fez  história ao igualar o melhor resultado de uma nadadora brasileira em Jogos Olímpicos, ficando em quinto lugar na final dos 400m medley em Atenas 2004.

 

Com 2min14s26, a pernambucana garantiu a última vaga na semifinal da prova. Ela volta à piscina na noite desta segunda em busca de um lugar na final. “Tem umas coisas engraçadas. Eu acho a voz do narrador dessas competições tão bonita e a última vez que escutei ele dizer meu nome foi na semifinal do Mundial de 2005. Hoje vou escutar de novo”, divertiu-se. “Entrando ou não entrando nessa final, é uma felicidade muito grande. E mal posso esperar para estar vivendo isso”.

 

Madura, Joanna diz ter reencontrado o prazer de treinar e credita a tranquilidade do momento que vive ao trabalho com a técnica Rosane Carneiro. “Depois do que aconteceu aqui, as pessoas me perguntaram se eu não tenho falta de sorte. Mas eu acho que é exatamente o contrário, eu tenho muita sorte de fazer o que eu amo. Em alguns momentos, achei que tinha perdido essa essência, mas com a maturidade reencontrei isso e hoje em dia vou treinar feliz. Quando era mais nova, acordava cansada e pensava na desculpa que ia dar para não treinar. Hoje, acordo cansada e penso no que vou fazer para me superar. Isso pode parecer muito pouco, mas para mim significa muita coisa”, disse a nadadora.

 

Antes de Joanna entrar na água, Kaio Marcio e Leonardo de Deus foram mal nas eliminatórias dos 200m borboleta e não conseguiram vagas na semifinal da prova. Kaio completou a prova em 1min56s99 e Leo fez 1min58s03, ficando em 17º e 21º lugares, respectivamente.

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