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Se atletas olímpicos passam por momentos de
pânico de intensidade diretamente proporcional à proximidade da estreia, no
caso de Talita e Maria Elisa, o sentimento é totalmente inverso: depois de uma
procissão de treinos e torneios para conquistar uma das duas vagas olímpicas
brasileiras em Londres 2012, a dupla está impaciente à espera do primeiro
apito. E que só virá neste domingo, 29 de julho, às 16h (horário de Brasília),
para a partida de abertura de seu grupo contra as holandesas Meppelink e Van
Gestel - a outra dupla feminina verde-amarela, Larissa/Juliana, joga no sábado,
às 13h30m contra Rigobert e Yuk Lo, das Ilhas Maurício.
"Queremos jogar logo. Agora que todo o ritmo
de treinos e jogos visando a classificação para a Londres acabou, só falta
mesmo entrar em quadra", contou Talita, numa entrevista coletiva realizada
no início da tarde desta quinta-feira, 26 de julho, nas quadras do Centro de
Treinamento do Time Brasil, em Crystal Palace.
Depois de um quarto lugar nos Jogos de Pequim,
quando competiu ao lado de Renata, Talita espera um avanço em sua posição final
ao lado da parceira dos últimos três anos. Ela e Maria Elisa, que disputa seus
primeiros Jogos, ocupam a terceira posição no ranking da Federação
Internacional de Vôlei (FIVB). Porém, caíram na que está sendo considerada uma
das mais difíceis das seis chaves da fase de grupos. "Realmente
enfrentaremos alguns times que dão trabalho no Circuito Mundial, mas vejo isso
como uma forma também de já começarmos a competição bem focadas na nossa
missão", disse Maria Elisa.
A dupla revelou seu desejo de fazer uma final
brasileira contra Larissa/Juliana, o que Maria Elisa considera uma forma de
recompensar o desenvolvimento do vôlei de praia brasileiro. "Além dos
mais, seriam duas medalhas garantidas para o Brasil, o que é sempre importante
para o país". A parceira, Talita, deixa claro que o caminho não é simples.
"Precisamos pensar no trabalho a ser feito para chegar a uma final antes
de imaginar qualquer outra coisa".
Envolvida com sua campanha de classificação
olímpica, a dupla não participou do evento teste realizado em agosto do ano
passado na Horse Guards Parade, a arena oficial de competições do vôlei de
praia de Londres 2012. No entanto, a exemplo das outras parcerias brasileiras,
a dupla treina em quadras exclusivas em Crystal Palace que, a pedido do Comitê
Olímpico Brasileiro (COB), utilizam a mesma areia da quadra olímpica. "Foi
importante termos acesso a isso”, comemorou Maria Elisa, que ainda agradece por
outra chance. “Ficamos bastante felizes em poder comida brasileira no
restaurante, ainda mais depois de tantas viagens pelo Circuito Mundial",
admitiu.
Talita disse ter achado a areia de competições um
pouco fofa, o que vai requerer um pouco mais de esforço na impulsão, mas não
considera isso um grande problema para a disputa. "A adaptação é parte do
esporte, a gente sempre precisa estar ajustando para as condições climáticas ou
o vento".
As duplas masculinas também já sabem seus
compromissos de estreia. No sábado, às 16h (de Brasília), Ricardo e Pedro Cunha
encaram os noruegueses Skarlund e Spinnangr. No domingo, às 7h, Alison e
Emanuel enfrentam os austríacos Doppler e Horst. A dupla brasileira também
concedeu entrevista hoje em Crystal Palace e falou da expectativa de
eventualmente enfrentar seus grandes rivais no circuito mundial, os americanos
Dalhausser e Rogers, atuais donos do título olímpico. "Há uma grande
rivalidade entre Brasil e EUA no vôlei de praia, mas ela serviu para que as
duplas dos dois países se desenvolvessem. Os americanos nos ajudaram a ficar
uma dupla melhor", afirmou Emanuel, que disputa sua quinta olimpíada, um
recorde no vôlei de praia olímpico.
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