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O
Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) inicia nesta
terça-feira a quarta reunião de 2012 com vistas a ajustar a taxa básica de
juros (Selic). No último encontro, os conselheiros optaram por mais uma
vez reduzir a taxa em meio ponto percentual, seguindo a tendência das últimas
reuniões.
No entanto, desde o momento em a Selic que atingiu o patamar de 9% ao ano, o
cenário internacional mudou bastante. A cotação do dólar atualmente gira em
torno de R$ 2 cada, 7,5% a mais do que na última reunião. Há ainda a crise
política na Grécia, o enfraquecimento do Euro e aos poucos se desenha um
cenário de falta de petróleo no mercado mundial.
Tudo isso ainda se junta à lenta recuperação dos Estados Unidos no pós-crise e
a crise nos países europeus. Mas segundo o professor Onofre Portella, das
faculdades Rio Branco, mestre em Ciências Econômicas pela PUC-SP, ainda há
margem para redução da taxa básica de juros da economia.
“Depois que o governo fez a mudança na regra da caderneta de poupança, agora o
Copom pode continuar com a política de redução da taxa Selic. Sendo assim,
muito provavelmente ela chegará a 8,5% na próxima reunião no final do mês [de
maio]”, disse. “Essa é a tendência que tem sido apontada nas últimas reuniões
do comitê”, completou Portella.
Sobre a valorização da moeda americana frente ao real, o economista acredita
que o governo deveria ter interferido na taxa cambial antes. “A valorização do
dólar também é reflexo das mudanças na taxa de juros. Aliás, ele precisava ser
valorizado há mais tempo. Atualmente o impacto da valorização do dólar na
economia é mais positivo do que negativo”, explicou.
“A única coisa que preocupa um pouco é que talvez isso acarrete em inflação,
mas não é provável que isso vá acontecer”, ressalvou o professor.
Em relação à crise internacional, Portella acredita que o Brasil está mais bem
preparado para enfrentá-la do que em 2008. “A redução das taxas de juros não
vai impedir a ‘entrada’ da crise no Brasil, mas ela prepara melhor o país. Essa
política tem dado competitividade ao produto brasileiro lá fora”, disse.
“O governo está aproveitando esse cenário internacional para praticar a redução
dos juros. Acho bastante oportuno, já que no horizonte futuro o mundo não
aponta para uma pressão inflacionária porque o mercado internacional está se
retraindo."
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