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A
menina Maria Vitória de Almeida Sousa, 2, moradora da cidade de Braúna, região
de Araçatuba, que tem apenas 10% da capacidade de respiração, conseguiu marcar
cirurgia, por meio da Central da Vagas da Secretaria do Estado da Saúde, apenas
para junho de 2014. As informações são do
UOL.
A
garota sofre de adenoide e hipertrofia das amígdalas: a primeira doença é
caracterizada pelo aumento do tamanho das tonsilas faríngeas, o que obstrui a
passagem de ar e reduz a capacidade de respiração pelo nariz. A segunda,
dificulta a passagem de ar pela boca. Os dois problemas reduzem a capacidade de
respiração da garota e fazem com que ela necessite de cuidados especiais 24
horas por dia.
A
busca pelo tratamento começou quando Maria Vitória tinha apenas quatro meses. A
única coisa que a garota conseguiu até agora foi a marcar a cirurgia para 2014,
a ser realizada no Hospital das Clínicas, na capital paulista. Por meios
particulares, a cirurgia custa, em média, R$ 7.000, mas a família não tem
condições de arcar com a despesa.
A
gravidade do quadro é comprovada por vários laudos médicos, que a mãe da
criança, a doméstica Rosana Aparecida de Almeida, coleciona. O Ministério
Público (MP) de Penápolis instaurou inquérito civil para adoção de
providências.
Saga
Segundo
Rosana, Maria Vitória já passou por tratamentos em Braúna, Penápolis, Araçatuba
e São José do Rio Preto, sempre pela rede pública, até ser encaminhada para a
cirurgia no Hospital das Clínicas. Isso porque o procedimento, antes dos cinco
anos, só poderia ser realizado naquela unidade.
O
encaminhamento foi pleiteado e conseguido por meio da Central de Vagas da
Secretaria do Estado da Saúde. No mês passado, ela foi com a filha ao Hospital das
Clínicas para os exames pré-operatórios e recebeu, no início deste mês, a
ligação informando que a cirurgia teria sido agendada para junho de 2014.
Rotina
A
menina consome remédios diários para evitar gripes e resfriados, pois qualquer
infecção se transforma em pneumonia, motivo pelo qual já esteve internada por
três vezes. Ela tem dificuldade na fala, com voz fanha e acompanhada de
rouquidão, tosse e secreções. Realiza em média três inalações por dia,
geralmente próximas às refeições para evitar vômito --o problema a impede comer
e respirar ao mesmo tempo. O uso de bombinha de asma também é frequente.
Outro
problema desenvolvido pela criança por conta da adenoide e da hipertrofia das
amígdalas é a apneia do sono. Maria Vitória para de respirar enquanto dorme, e
precisa ser acordada pela mãe. Por conta disso, a frequência da menina na
creche da cidade está ficando comprometida, já que é preciso atenção o tempo
todo.
Rosana
trabalha como doméstica em uma casa na cidade de Birigui, cidade vizinha a
Braúna, e precisa sustentar sozinha os dois filhos após a separação do marido.
Em média, o gasto mensal com medicamentos é de R$ 200. No caso de gripe ou
doença parecida, o valor salta para R$ 500.
Procurado
pela reportagem, o Hospital das Clínicas disse que a situação está sendo
avaliada, e estuda a possibilidade de adiantar a cirurgia.
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