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O
atacante andradinense Fabrício Carvalho, 33 anos, sobe as escadas da Arena
Fonte Luminosa. O jogo ainda não começou, mas já tem sabor de vitória para ele.
Desde o afastamento dos gramados em fevereiro de 2005 por conta de uma arritmia
cardíaca, o centroavante luta a cada temporada para entrar nos gramados. A
chance na Ferroviária para a disputa da Série A2 do Campeonato Paulista 2012 é
o novo capítulo em sua "ressurreição" no futebol. As informações são
do Portal Terra.
Nascido
em Andradina, Fabrício tentou na própria Ferroviária iniciar a carreira de
jogador, mas foi reprovado pelo clube que justamente agora estende a mão.
"Eu tinha 17 anos e não fui aprovado. São coisas do futebol, que acontecem
com vários atletas. Essa experiência de volta por cima nesse momento tem sido
muito boa", conta ao Terra.
A
expressão "volta por cima" tem sentido para Fabrício. Os dois anos
sem jogar (2005 e 2006) por supostos problemas cardíacos minaram a carreira de
um centroavante que estava entre os melhores do País naquele momento. A partir
do retorno pelo Goiás, em 2007, buscou seu melhor futebol por Portuguesa, Remo,
Bragantino e mais recentemente Oeste de Itápolis. A nova oportunidade, mesmo
que pela Série A2, é encarada como uma final de Copa do Mundo.
"Tenho
muita experiência para contribuir. Voltar à primeira divisão é um objetivo
sonhado, de uma equipe com muita tradição que já superou muitos obstáculos e
pode chegar mais além". A propósito, sobre acesso, Fabrício Carvalho pode
contribuir com a bagagem de quem esteve na promoção do Oeste à Série C em 2011.
"Contribuí em alguns jogos, fiz gols. Agora espero fazer meu nome de novo
aqui na Ferroviária".
A
emoção de voltar a campo e o efeito Serginho
Fabrício
admite que, mesmo cinco anos depois de sua volta aos gramados, entrar em campo
ainda é um momento de grande emoção. "É um sentimento de muita alegria e
meu maior gol é voltar a jogar futebol. Quando estava no Goiás e voltei a
marcar (depois da pausa na carreira) na antiga Fonte Nova, contra o Bahia, foi
um momento de êxtase total. Hoje, chutar a bola, estar nesse ambiente, já me
deixa realizado".
Para
ele, ter uma arritmia diagnosticada meses depois da morte de Serginho foi um
preço grande, sobretudo porque estava no São Caetano. "(O meu caso) não
foi tratado como deveria. Para muitos, foi um prato cheio e fui usado de forma
triste. Fiquei um ano longe da imprensa e muitas pessoas fizeram
sensacionalismo. Minha ficha de internação apareceu em jornal. Hoje, só quero
jogar futebol".
Foi
o cardiologista goiano Sérgio Rassi que, ao assinar laudo médico, permitiu o
retorno de Fabrício aos gramados. "Ele me tratou como ser humano. Estava
nisso havia 30 anos", diz com gratidão. Fabrício Carvalho desde então
treina sem limitações e faz exames periódicos como qualquer outro atleta de
alto rendimento.
"Meu
coração está 100%, isso é tudo passado. É uma nova fase na minha vida, estou
sonhando muito apesar dos 33 anos. Sou um sonhador, espero conquistar muita
coisa. Tenho muita saúde, muita esperança, muita vontade. As alterações foram
todas sanadas e hoje estou curado", afirma Fabrício, convicto.
Hoje
na Ferroviária, ele também usa a experiência de vida em outras frentes, como
dar palestras, e pretende até escrever livro. "Passei por essa situação
dolorosa no auge da minha carreira. E hoje tenho que transmitir algo que
passei, isso serve para muita gente. Sou um apaixonado pela vida, não me
acomodei, não aceitei aquilo e superei com fé. Muita gente vai se sentir
fortalecido com a minha história".
Entenda o caso de Fabrício Carvalho
No
início de 2005 e meses depois da morte de Serginho, Fabrício Carvalho foi
afastado dos gramados porque o São Caetano desistiu de colocá-lo em campo ao
constatar arritmia cardíaca em exames. Por dois anos, Fabrício buscou um
cardiologista que pudesse autorizar sua volta aos gramados. Sérgio Rassi,
médico goiano, assinou o laudo em 2007.
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