Prefeito de Andradina vai à Alesp reivindicar ICMS de Três Irmãos

Prefeito de Andradina vai à Alesp reivindicar ICMS de Três Irmãos

Foto: divulgação/Assessoria de Imprensa


O prefeito Jamil Ono (PT) teve espaço na Assembleia Legislativa na última terça-feira (22) para interpelar o secretário estadual da Fazenda, Andrea Calabi, para que explique a recusa em providenciar mudanças na questão do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) da Hidrelétrica de Três Irmãos, em Pereira Barreto, beneficiando também Andradina.

Calabi esteve na Alesp no mesmo dia para apresentação do relatório de gestão fiscal relativo ao segundo quadrimestre de 2011 à Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento da Casa. O presidente da comissão, Mauro Bragato (PSDB), coordenou os trabalhos e mediou os questionamentos ao secretário, diante de uma plateia formada por deputados, líderes políticos andradinenses, lideranças comunitárias, vereadores e população. 

Segundo nota divulgada à imprensa, essa foi a primeira vez que um prefeito andradinense teve espaço para falar na Alesp. Jamil reclamou para Andradina parte do ICMS gerado por Três Irmãos, já que a própria Fazenda teria reconhecido o direito, atestado por documentos produzidos pela Pasta. "Não sabemos o que mais falta confirmar, só sabemos que não vamos desistir dessa campanha, pois esse ICMS é nosso", disse o petista.

A hidrelétrica está na divisa das duas cidades, mas o ICMS é destinada apenas a Pereira Barreto. Segundo Jamil, o valor chegaria perto de R$ 2,7 milhões por mês, mas Pereira Barreto tem recebido algo em torno de R$ 700 mil.

PARECERES
O pleito de Andradina ganhou força, segundo a assessoria de Jamil, depois que pareceres técnicos do próprio governo estadual mostraram que o dinheiro pode ter sido repassado nos últimos 18 anos para o município errado. Um relatório da própria Fazenda revela que a sede da Usina Três Irmãos e suas unidades de controle e operação ficam em Andradina, e outro documento, do Instituto Geográfico e Cartográfico de São Paulo, conclui que a operação e geração de energia da usina ocorrem também em Andradina. 

"Agora estão usando critérios do Código Tributário de 1967 para justificar que o ICMS produzido em uma cidade possa ser recolhido em outra. Estamos no século 21 e não podemos mais admitir que coisas assim aconteçam", disse Jamil, reforçando que, como prefeito, não pode abrir mão da cobrança desta receita, assim como Calabi, enquanto secretário, não pode negar usar o seu poder de solucionar o caso. 

DISPOSIÇÃO
O secretário, informa ainda a assessoria do prefeito, reconheceu o direito de Andradina reivindicar o benefício, mas não mostrou disposição para fazer mudanças no modo que vem conduzindo o caso. Para ele, a Justiça deve decidir, já que os prefeitos das duas cidades recorreram aos tribunais para reverter a situação.

"Esperar a Justiça se manifestar não é a melhor decisão, já que o governo tem a competência para decidir. Continuamos solidários ao prefeito Jamil Ono e queremos do Estado uma posição mais vigorosa", disse o deputado estadual Simão Pedro (PT), responsável pelo espaço ao prefeito andradinense na Alesp.

Calabi sugeriu que um acordo entre os municípios, fora da esfera judicial, poderia simplificar o processo, e até mesmo corrigir alguns "desvios" cometidos no passado, até mesmo a revisão dos valores, eliminando um certo "constrangimento" do Estado diante desta situação.

(com informações da Assessoria de Imprensa e do Jornal Folha da Região de Araçatuba) 

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