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“As
pessoas não conseguem prever o quanto controlarão suas emoções, mas um fator é
uma construção mais ‘fria’ das suas estratégias cognitivas”, diz Demaree, que
observou como a memória de trabalho – um tipo de memória que usamos para
executar tarefas rotineiras, feitas sem muito esforço e que pode ser usada
paralelamente a outras ações – age nesse processo. “A habilidade de processar a
informação enquanto se faz outra tarefa simples sem se distrair – como tomar
notas em uma palestra – pode dar indícios do quanto uma pessoa é boa em
controlar suas emoções.”
De
acordo com o pesquisador, uma memória de trabalho de alto nível pode ser um
diferencial na hora de lidar com emoções negativas após uma crítica, por
exemplo, que é uma situação bastante estressante.
“Nossa
pesquisa é uma das primeiras a prever o quão ‘quente’ será uma emoção a partir
de habilidades ‘frias’, como a memória”, explica Demaree, que trabalhou com
Brandon Schmeichel, pesquisador da Universidade A&M do Texas, nos EUA. Isso
quer dizer que pessoas com alto nível de memória de trabalho controlam mais
habilmente suas emoções, de forma natural (sem serem treinadas ou incitadas a
fazê-lo por outras pessoas, por exemplo).
Os
resultados são a conclusão de uma série de estudos que envolveram a solução de
problemas matemáticos e entrevistas forçosamente estressantes. Após essas
entrevistas, os participantes deveriam indicar, a partir de uma lista
previamente preparada, o quanto conheciam lugares nas imediações da
universidade.
Já
é conhecido que quando se é criticado ou estressado em uma entrevista as
respostas a esse tipo de teste tendem a ser mais exageradas, uma espécie de
mecanismo para se sentir mais confortável na situação em relação ao
entrevistador e manter o controle da situação.
E
foi exatamente isso o que as pessoas com melhores memórias de trabalho fizeram:
após as críticas, elas procuraram compensar suas emoções negativas exagerando
nos seus conhecimentos, ou seja, tentando controlar friamente outras respostas
emocionais negativas. “O mais interessante foi que essas pessoas foram as mais
modestas quando perguntadas o quanto conseguiam controlar suas próprias
emoções”, diz o Demaree.
Esse
tipo de resposta pode ser uma estratégia de controle de estressores emocionais
diários e é efetiva, principalmente porque esses indivíduos não suprimiam suas
emoções diárias em outros contextos. Não havia, portanto, desequilíbrios
emocionais ao longo de um dia estressante, mas compensações limitadas em
determinadas situações, indicam os pesquisadores.
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