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Os
motores de busca como Google e as bases de dados na internet se transformaram
em uma espécie de "memória externa" do nosso cérebro, indica um
estudo publicado nesta quinta-feira pela revista científica Science. De
acordo com a descoberta, as pessoas perdem a memória retentiva de dados, mas
ganham habilidades de procura.
Segundo Betsy Sparrow, professora da Universidade de Columbia, em Nova York, e
autora do estudo, os educadores e cientistas já advertiam que o homem está se
tornando cada vez mais dependente das informações online. Até agora, porém,
poucos estudos confirmavam essa relação.
O
estudo Google Effects on Memory: Cognitive Consequences of Having
Information at Our Fingertips sugere que a população começou a usar a
internet como seu banco pessoal de dados. Para chegar aos resultados, foram
realizados experimentos com mais de 100 estudantes de Harvard para examinar a
relação entre a memória humana, a retentiva de dados e a internet.
Os
pesquisadores descobriram que, se os estudantes sabiam que as informações
poderiam estar disponíveis em outro momento ou que poderiam voltar a buscá-la
com a mesma facilidade, não lembravam tão bem a resposta como quando achavam
que os dados não estariam disponíveis.
O estudo mostrou ainda que as pessoas não lembram necessariamente como
obtiveram certas informações. No entanto, tendem a lembrar onde encontraram os
dados que precisam quando não são capazes de lembrar exatamente as
informações. Além disso, a equipe descobriu que, quando os participantes
não sabiam dar respostas às perguntas, automaticamente pensavam em seu
computador como o lugar para encontrar as informações necessárias.
Inspiração
- Foi justamente uma experiência pessoal de Sparrow que a levou a analisar
os hábitos de estudo e aprendizado das novas gerações. Ela percebeu que
recorria com frequência à base de dados de cinema IMDB (The Internet Movie
Database) para lembrar o nome de alguns atores.
Sparrow
diz que não ficou surpresa ao constatar que cada vez mais pessoas não memorizam
dados porque confiam que podem consegui-los com suas habilidades de busca.
"Somos realmente eficientes", destaca.
Sparrow
menciona o doutor em Psicologia Daniel Wegner e professor Universidade de
Harvard, que há 30 anos já havia elaborado a teoria da "memória
transacional", referente à capacidade de dividir o trabalho de lembrar
certo tipo de informações compartilhadas.
Como exemplo, ele apontava um casal em que o marido confia que a esposa lembre
datas importantes, como consultas médicas, enquanto ela confia que ele lembre
nomes de parentes distantes. Assim, ambos não duplicam informações nem
"ocupam" memória.
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