A
presidente Dilma Rousseff sancionou a alteração na lei 7.210 (Lei de Execução
Penal) que reduz a pena de presos que estudem, sejam eles provisórios ou
condenados em regime semiaberto, fechado ou em liberdade condicional. O texto
foi publicado na edição desta quinta-feira do "Diário Oficial da
União".
A mudança na lei, que tinha sido aprovada pelo Senado, reduz um dia de pena a cada 12
horas de frequência escolar no ensino fundamental, médio, profissionalizante,
superior ou de requalificação superior.
Segundo o texto, as 12 horas de frequência escolar devem estar divididas em, no
mínimo, três dias. Ao final do curso, o preso terá direito ao acréscimo de um
terço nos dias a serem remidos - exceto nos níveis profissionalizante e de
requalificação profissional. Caso o preso cometa alguma infração, pode ser punido
com a perda de parte do benefício.
A mudança na lei permite que as atividades de estudo sejam desenvolvidas de
forma presencial ou à distância, desde que certificadas pelas autoridades dos
cursos frequentados. Pela lei, a remição da pena deve ser declarada pelo juiz
da execução penal.
Também está no texto que as autoridades administrativas dos cursos devem
encaminhar mensalmente ao juiz de execução cópia do registro de todos os
condenados que estudam para a comprovação da frequência e aproveitamento escolar.
A legislação brasileira já previa a redução de um dia de pena a cada três dias
de trabalho, mas não vinculada ao estudo. Segundo o Ministério da Justiça, há
súmula do STJ (Superior Tribunal de Justiça) com o entendimento de que
frequência em salas de aula é causa de "remição de parte do tempo de
execução de pena sob regime fechado ou semiaberto".
Para o Ministério da Justiça, a mudança permite a reintegração social dos
apenados e inova ao estender o benefício para os presos em regime aberto e em
liberdade provisória. "A melhoria da formação escolar e da capacitação
profissional ajudará o preso a encontrar um emprego e dar início a uma nova
vida depois de sair da prisão. Isso afasta as chances de reincidência
criminal", disse o secretário de Assuntos Legislativos do ministério,
Marivaldo Pereira.
Segundo dados do Depen (Departamento Penitenciário Nacional) do Ministério da
Justiça, apenas 40 mil presos, dos 496 mil do país, realizam alguma atividade
educacional. Do total de presos, 25 mil são analfabetos e somente 1.800 presos
possuem ensino superior completo.
Dilma sanciona lei que reduz pena de preso que estuda
Dilma sanciona lei que reduz pena de preso que estuda
