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A
presidente da Argentina, Cristina Kirchner, confessou nesta segunda-feira - ao
promulgar uma lei antifumo - que sofreu um aborto espontâneo no sexto mês de
gravidez em 1984, quando era fumante, e que só depois de deixar o cigarro é que
conseguiu ser mãe novamente.
"Cheguei a fumar dois maços de cigarro por dia e meu companheiro (o
falecido ex-presidente Néstor Kirchner), quatro maços", revelou a
presidente durante ato na Casa de Governo.
"Não sei se teve algo a ver, mas recentemente escutei o (ministro da
Saúde, Juan) Manzur dizer que o cigarro afeta o sistema reprodutivo
também".
Kirchner se declarou uma "fumante convertida" e criticou o hábito de
fumar durante o ato em que firmou a lei que proíbe o fumo em lugares públicos
no país.
A nova lei restringe a publicidade do tabaco e obriga os fabricantes a incluir
mensagens de alerta sobre os efeitos nocivos do cigarro para a saúde.
A presidente tem dois filhos, Máximo, de 34 anos, e Florencia, 21, e o aborto
aconteceu entre o nascimento dos dois.
"Durante a gravidez de Máximo jamais toquei num cigarro. Nesse sentido,
tive uma disciplina prussiana desde que soube que estava grávida, mas depois
que ele nasceu voltei a fumar".
Segundo Cristina, o bebê abortado era um menino. "Naquela época a medicina
neonatal não era tão avançada e os médicos não foram capazes de salvá-lo".
Depois da experiência ela tentou engravidar outras vezes, mas encontrou
dificuldades e foi então que tomou a decisão de abandonar o vício.
"Em 31 de dezembro de 1988, à meia-noite, deixei de fumar. Neste dia,
fumei um cigarro atrás do outro, até que apaguei o último cigarro. Em novembro
do ano seguinte fiquei grávida de Florencia", disse.
Na Argentina, quase 33% da população adulta é fumante e as enfermidades
vinculadas ao consumo de tabaco provocam mais de 40.000 mortes por ano, segundo
o Ministério da Saúde do país.
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