O total de trabalhadores desempregados caiu 31,4% no Brasil entre
2005 e 2010, mas aumentou entre os mais pobres.
Segundo um estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada), com base em dados do IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística) das seis principais regiões metropolitanas do país
--Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador e Recife--,
o desemprego entre os 10% mais pobres cresceu 44,2% no mesmo período.
Em 2005, 23,1% da população mais pobre estava
desempregada. No ano passado, esse número saltou para 33,3%, aponta o estudo.
Já entre a população de maior poder aquisitivo, o desemprego diminuiu 57,1%
nesses cinco anos (de 2,1% para 0,9%).
Segundo o Ipea, o desemprego entre os mais pobres
era 37 vezes superior ao dos mais ricos em 2010. Em 2005, a taxa era 11 vezes
maior. "A taxa de desemprego, que tende a ser mais elevada entre os
trabalhadores de menor rendimento, tornou-se ainda mais um elemento de maior
desigualdade no mercado de trabalho", informou o estudo.
Busca por trabalho
O tempo gasto para procurar trabalho, por sua vez,
diminuiu 27,3%, entre os mais pobres, de 248,3 dias, em 2005, para 341,4 dias,
em 2010. Para os mais ricos, esse tempo subiu de 277 dias para 320,6 dias
(15,7%). O Ipea avalia, entretanto, que os mais ricos podem estar sendo mais
seletivos na hora de procurar emprego, enquanto que os mais pobres acessam
principalmente trabalhos precários e de curta duração.
Para o Ipea, a pobreza passa cada vez mais a estar
relacionada com o desemprego, e não com o trabalho mal remunerado. "É
provável que boa parte dos desempregados mais pobres seja oriunda de empregos
de curta duração e trabalhos precários", conclui o estudo.
Desemprego cai em 5 anos, mas aumenta entre os mais pobr
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