Continua após os destaques >>
O desempregado, de 45 anos, que mantinha a ex-mulher
refém em uma clínica odontológica de Araçatuba, a 527 km de São Paulo, e que
foi alvejado na cabeça pelo "sniper" - atirador de precisão - do
Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), da Polícia Militar, passou nesta quinta-feira
(2) por uma cirurgia na Santa Casa da cidade, para onde foi levado, mas o seu
estado é gravíssimo, de acordo com a assessoria de imprensa do hospital. Com
informações do potal G1 e TV Tem.
A operação teve início às 10h30 e terminou às 1h30
desta quinta-feira. De acordo com a assessoria da Santa Casa, o sequestrador
teve perde de massa encefálica na área relacionada à fala. Se sobreviver, o
desempregado dificilmente voltará a falar. No momento, ele segue internado na
Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A mulher, de 41 anos, que foi feita refém,
por sua vez, segue sedada no Pronto Socorro municipal, para onde foi
encaminhada após o desfecho do caso.
Ela foi rendida por volta das 11h de quarta-feira
(1º) na clínica odontológica da prefeitura, onde trabalha. De acordo com
testemunhas, o homem chegou com uma mochila, entrou na clínica e foi ao
consultório número 1, onde a mulher estava sozinha, limpando o local.
Assustadas, três colegas de trabalho da vítima se trancaram em outra sala e
chamaram um dos dentistas que trabalha no local e que havia acabado de sair
para o almoço.
Durante
a noite, a PM informou que foi possível perceber, por meio de contato visual,
que a mulher passava bem, assim como o homem que invadiu o prédio e a mantinha
sob a mira de um revólver.
Familiares
do ex-casal foram chamados para o local. Centenas de curiosos também
acompanharam durante a madrugada o trabalho da polícia. O homem estava armado
com um revólver e mantinha em poder dele duas garrafas pet com gasolina. Ele
ameaçava atear fogo na clínica. O ex-guarda municipal espalhou o combustível
pelo consultório por pelo menos duas vezes.
Na
hora em que o homem invadiu o local, um dentista ainda falou com o acusado, que
já havia trancado a porta e colocado um armário para impedir a passagem. Os
funcionários acionaram a Polícia Militar, que isolou o local. De acordo com
policiais, por muitas vezes, o acusado chegou a encostar a arma na cabeça na
ex-mulher. Ele também teria ameaçado atirar nela e depois se matar.
Policiais
do Gate chegaram de avião em Araçatuba por volta das 17h. Eles foram direto
para a clínica e fizeram um levantamento detalhado da área, com a medição de
portas, janelas e paredes.
De
acordo com policiais, o homem não fez nenhuma reivindicação. Ele apenas teria
pedido para que a ex-mulher confessasse uma suposta traição. Os dois moraram
juntos durante 16 anos. O casal se separou há quatro meses, de acordo com a mãe
da refém.
Desde
a separação, começaram as brigas, conforme familiares. Márcia chegou a
registrar boletins de ocorrência de ameaça contra o ex-marido. A Justiça
expediu recentemente uma medida protetiva, por meio da qual ele ficou proibido
de chegar a menos de 200 metros da ex-mulher.
“O
Gate atirou no sequestrador porque ele iria matar a ex-mulher dele”, afirmou na
manhã desta quinta-feira (2) o capitão Adriano Giovaninni, negociador do Grupo
de Ações Táticas Especiais (Gate), considerada a tropa de elite da Polícia
Militar do estado de São Paulo.
Essa
foi uma das respostas que o oficial deu por telefone ao G1 para justificar a autorização
dada ao "sniper", atirador de precisão, para disparar contra o
desempregado, que estava armado e mantinha a ex-esposa refém. O tiro acertou a
cabeça do agressor quando ele se afastou da vítima.
“Tentei
negociar a rendição da refém com o agressor, mas ele estava irredutível e
disposto a matá-la. Além de estar armado e ameaçado matar a ex e se matar em
seguida, ele derramou gasolina dentro do imóvel e falou que iria atear fogo”,
afirmou o capitão Giovaninni.
Segundo
o oficial do Gate, atirar no agressor foi necessário. "O sniper teve
autorização para atirar. Ele atirou onde achou que foi possível imobilizar o
agressor. É o sniper que decide onde atirar. Ele estava a uma distância de
cerca de quatro metros do sequestrador. Foi o último recurso que
tínhamos."
O
Major Gilson Paulo Saltoratto, coordenador operacional do Gate e gerente da
crise em Araçatuba, defendeu a ação do sniper. "No caso não tinha outra
região do corpo para o atirador acertar porque quando o sequestrador chegou até
a janela, só a cabeça dele estava aparecendo. O tiro foi para parar a ação do
agressor porque ele iria matar a outra pessoa, no caso a ex-mulher dele. A
intenção não era matar, mas neutralizar, para o agressor cessar a ação",
afirmou o major.
Destaques >>
Leia mais notícias em andravirtual
Curta nossa página no Facebook
Siga no Instagram