A gravidez pode aumentar a massa cinzenta do cérebro da mulher e
deixá-la mais inteligente, segundo estudo da American Psychological Association
(Associação Americana de Psicologia). De acordo com os cientistas, esse aumento
de massa cerebral aconteceria por causa das mudanças hormonais da gestação e
teria um papel mais predominante nas mães corujas, que se dedicam mais aos
filhos. Ao preparar o corpo da futura mãe, o cérebro também receberia um
“upgrade” para poder lidar com as novas tarefas.
Para chegar aos resultados, neurocientistas da Universidade de Yale
analisaram o cérebro de 19 mães nas semanas seguinte ao parto. Os exames
mostraram que a massa cinzenta delas havia aumentado pouco, mas de maneira
significante, nos quatro primeiros meses de maternidade. A mudança ocorrida no
cérebro é similar a que acontece depois de intensos períodos de estudo, de um
dano cerebral ou de uma doença.
A região afetada por esse crescimento é responsável pela motivação,
raciocínio, julgamento, o processamento de emoções e pelos sentimentos de
satisfação. É essa área também a responsável pelo vínculo existente entre mãe e
filho. Segundo os pesquisadores, com o crescimento dessa região, a mulher fica
mais maternal, uma influência fundamental para o desenvolvimento mental,
emocional e cognitivo da criança.
Extra — “A natureza tem uma maneira incrível de nos dar aquilo de que
precisamos. Ter um bebê é uma ocasião memorável, então, não é de surpreender
que o cérebro ganhe esse extra para nos preparar para o novo desafio”, disse
Siobhan Freegard, fundadora do Netmums, um site britânico que reúne informações
e dá suporte aos pais, em entrevista ao jornal britânico Daily Mail.
Mas há um ponto que atormenta as novas mães: os lapsos de memória. De acordo com especialistas, isso teria causa em um fator bem simples, a privação de sono. “Talvez algumas mulheres relacionem esses lapsos na capacidade mental à gravidez, porque isso é o que está acontecendo de mais significativo em suas vidas naquele momento. As privações do sono podem mascarar os efeitos cognitivos positivos”, diz Helen Christensen, da Universidade Nacional da Austrália.