Continua após os destaques >>
A Rede Bandeirantes
promoveu na noite deste domingo o primeiro debate do segundo turno da eleição
presidencial. O confronto - mediado pelo jornalista Ricardo Boechat - mudou o
tom da campanha e foi marcado pela troca de acusações entre os participantes,
Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB), que adotaram uma postura mais franca em
relação aos embates realizados no primeiro turno. Dilma disse ser vítima de
acusações difamatórias e caluniosas vindas do partido tucano e de seu vice, o
deputado Indio da Costa (DEM).
Serra, por outro
lado, afirmou que Dilma se “vitimiza” e que ele também foi vítima da campanha
da petista. A privatização de estatais foi um dos temas que abordados pelos
candidatos. O assunto tomou boa parte do terceiro e quarto blocos.
O tucano declarou
também que Dilma não mostra suas posições, como sua visão sobre a descriminalização
do aborto. A petista rebateu respondendo que, para ela, o tema deve ser tratado
como questão de saúde pública. “Entre prender e atender, eu prefiro atender”,
declarou a candidata.
Primeiro bloco
Na primeira parte do
confronto, Serra citou o escândalo na Casa Civil, que levou à demissão da
ministra Erenice Guerra, e disse que, no início das acusações, a petista se
referiu ao caso como uma “campanha orquestrada”. Dilma defendeu-se dizendo que
o governo Serra “está dando os primeiros passos para ser enquadrado na Lei
Ficha Limpa devido às calúnias usadas em sua campanha”.
Dilma questionou
ainda o adversário sobre o caso de seu ex-assessor Paulo Vieira de Souza, o
Paulo Preto, que, segundo ela, teria desviado mais de R$ 4 milhões da campanha
do tucano. Serra não comentou o caso.
Segundo bloco
Ao comentar o
processo de capitalização da Petrobras, a petista declarou que o governo
liderado por Fernando Henrique Cardoso perdeu participação na empresa. Serra
rebateu dizendo que “o PT volta sempre com essa história” em época de eleições,
acusando a administração de Luiz Inácio Lula da Silva de “desnacionalizar os
proprietários do Banco do Brasil” ao colocar ações da instituição na Bolsa de
Nova York.
Dilma declarou que o
adversário “tem mil caras”, questionando se os tucanos são a favor da
privatização do pré-sal, que classificou como uma “riqueza do povo brasileiro”.
Serra disse ter uma “relação especial com a Petrobras”, e alegou ter lutado
pelo fortalecimento da estatal quando líder estudantil e também na época em que
foi ministro do governo de Fernando Henrique Cardoso.
Para o tucano, sem a
privatização da telefonia, o Brasil seria ainda o “país do orelhão”, acusando
ainda membros ligados ao PT de utilizar estatais para proveito próprio. “Vou
reestatizar os Correios e a Caixa Econômica Federal. Hoje elas servem a amigos
e companheiros”, disse Serra.
Terceiro bloco
Dilma questionou o
rival sobre quantas privatizações foram feitas na época em que ele era ministro
do Planejamento. Serra atacou a adversária dizendo que ela já teria elogiado a
privatização no setor de telecomunicações e defendeu a venda da Nossa Caixa
para o governo federal.
Os candidatos
debateram ainda questões ligadas à saúde pública, como os medicamentos
genéricos. Em sua pergunta, Serra afirmou que em sua gestão no Ministério da
Saúde foi implantado o genérico no Brasil e criticou a Anvisa (Agência Nacional
de Vigilância Sanitária) por demorar “três, quatro vezes mais tempo para aprovar
os genéricos”.
Dilma respondeu
dizendo que Serra estaria “enrolando”, pois o governo atual “aumentou a
produção de genéricos no Brasil, são dados oficiais que comprovam isso”.
Quarto bloco
Na quarta parte,
Serra afirmou que Dilma não cita os ex-presidentes Fernando Collor (PTB) e José
Sarney (PMDB) como seus aliados de campanha. “Ela tem dois ex-presidentes com
ela, que a candidata não cita, o Collor e o Sarney. Eu tenho o Itamar [Franco]
e o Fernando Henrique [Cardoso]”, declarou Serra.
Na réplica, Dilma
disse que o rival descumpriu o compromisso de não deixar a Prefeitura de São
Paulo para disputar o governo do Estado e o acusou de, após ser eleito
governador, não prosseguir com os programas sociais de Geraldo Alckmin (PSDB).
Os adversários
discutiram também a questão dos portos e aeroportos no país, classificado por
Serra como um dos setores “mais atrasados” no país. Segundo Dilma, os problemas
tiveram origem no governo de Fernando Henrique. “O governo do qual o senhor foi
ministro parou de investir no setor. Nós corremos atrás”, declarou, citando o
PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
Considerações finais
No quinto e último
bloco, Dilma afirmou que não fez “campanha baseada no ódio; respeitei a
tolerância que é a maior virtude do povo brasileiro”. Além disso, ela afirmou
lamentar “os momentos em que essa campanha baixou o nível e usou de calúnias
para me atacar”, completou.
A petista comparou os
governos de Fernando Henrique e de Lula, pedindo para que o eleitor compare um
país com “muitas privatizações, taxa de crescimento baixa, rendição ao FMI” com
“um governo de 14 mil empregos, que fez o Brasil crescer”.
Serra usou sua
trajetória política para defender sua candidatura. “Ofereço minha biografia”,
disse, citando os cargos que ocupou, como deputado, prefeito, governador e
ministro.
O tucano prometeu dar continuidade aos bons programas do atual governo e afirmou que o Bolsa Família começou a ser implantado no governo de Fernando Henrique Cardoso.
Destaques >>
Leia mais notícias em andravirtual
Curta nossa página no Facebook
Siga no Instagram