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Fotos: Agência Brasil
Apontada como
favorita a uma vitória logo na primeira etapa de votação, a petista Dilma
Rousseff terá de enfrentar o segundo turno contra o candidato do PSDB, José
Serra. O bom desempenho da candidata do PV, Marina Silva, ajudou a levar a
decisão sobre o sucessor de Lula para o dia 31 de outubro. Com informações do Porta IG.
Às 21h25 deste
domingo, quando o Tribunal Superior Eleitoral contava 94,4% das urnas apuradas,
Serra tinha 32,9% dos votos válidos, enquanto Dilma registrava 46,3%. A
senadora Marina Silva (PV), que ao longo da campanha era tida como um dos
fatores capazes de levar a disputa ao segundo turno, tinha 19,7% dos votos
válidos. Outros candidatos tinham 1,1% e brancos e nulos contabilizavam 8,6%,
tornando irreversível o segundo turno.
Nos dias que antecederam a eleição, nem mesmo o
PSDB mostrava-se convencido de que seria capaz de prolongar a disputa. Os
tucanos, muitos deles desacreditados da ida de Serra ao segundo turno, discutem
o que fazer a partir de agora. Provável líder da oposição no Congresso a partir
do ano que vem, o ex-governador de Minas Aécio Neves chegou a defender durante
a campanha que fosse feito um “freio para arrumação” e um reajuste na estratégia
de comunicação, que sofreu com tropeços ao longo da corrida eleitoral. Na mesma
época, o também tucano Geraldo Alckmin avaliava que era hora de dar uma
“acelerada”. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso também não poupou
críticas à condução da campanha de Serra.
Na equipe petista,
por outro lado, o entendimento de que a eleição poderia ser prorrogada já vinha
tomando forma há algum tempo. Nos bastidores, aliados de Dilma jogavam na conta
da possível prorrogação da eleição o “salto alto” que predominou principalmente
na primeira etapa da disputa. O primeiro elemento a minar o otimismo do time de
Dilma foram as denúncias sobre o suposto esquema de lobby comandado a partir da
Casa Civil. O caso resultou na demissão da ministra Erenice Guerra, que foi braço
direito da candidata petista nos tempos em que comandou a pasta.
Na reta final, petistas mostravam-se preocupados
também com os boatos de que Dilma seria favorável ao aborto. Os rumores
começaram a circular na internet nos dias que antecederam o pleito. Na
tentativa de contê-los, PT e o presidente Lula entraram em campo para conter o
impacto nas urnas. A avaliação da campanha, entretanto, era a de que a resposta
ao episódio tinha sido suficientemente rápida para evitar um abalo na votação.
Petistas também já manifestavam internamente a
preocupação com o crescimento de Marina Silva, que na reta final começou a
atrair parte dos votos de eleitores indecisos. A partir de agora, a ordem é ter
o presidente Lula comandando mais uma vez uma campanha maciça pró-Dilma no
rádio e na televisão, em comícios e caminhadas, para conter um avanço de Serra
na segunda etapa de votação.
Verde
Marina,
que deixa sai desta eleição como grande força política, insistiu desde o início
da campanha que seria importante para a democracia brasileira evitar o
plebiscito. A ex-ministra do Meio Ambiente repetia que queria evitar que a
eleição se tornasse um processo de aprovação da candidata patrocinada por Lula.
O discurso funcionou, ela subiu nas pesquisas e conseguiu tirar votos da
petista, transformando Serra no maior beneficiário. O tucano agora disputa com
tempos iguais de exposição na mídia reverter o jogo e levar a Presidência da
República.
Marina Silva, que forçou o segundo turno e ficou de fora dele, “perdeu
ganhando”, como ela própria disse por diversas vezes. Ela se consolidou como
nova força política, reconhecida pelo senador eleito Aécio Neves (PSDB-MG),
cotado a próximo líder da legenda no Congresso. O ex-governador mineiro defende
que o PSDB adote algumas propostas do PV na tentativa de atrair os votos de
Marina, mesmo que ela opte por não anunciar apoio a nenhum dos dois candidatos.
Além de atrair os eleitores verdes, Aécio quer dar uma nova cara ao partido.
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