Promotor quer que Tiririca comprove se sabe ler

As ações foram motivadas por reportagem da revista “Época” desta semana, que revela indícios de que o candidato é analfabeto. Segundo a publicação, a caligrafia que Tiririca usa nos autógrafos distribuídos aos eleitores durante corpo a corpo de sua campanha difere do tipo de letra apresentada na declaração entregue ao TRE-SP para atestar que não é analfabeto. Além disso, a reportagem flagrou o candidato pedindo para que seu filho lesse um texto em seu lugar.

O promotor afirmou ter “ficado estarrecido” ao ler a reportagem, que o incentivou a entrar com as ações na Justiça. O procurador sugere que Tiririca seja submetido com urgência a um teste, como manda resolução do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), em caso de “dúvida embasada” sobre a alfabetização do candidato. Para comprovar que não é analfabeto, Tiririca seria obrigado a ler e escrever um trecho da Constituição Federal.

Na última segunda-feira (20), o mesmo promotor denunciou Tiririca por falsidade ideológica após o candidato ter afirmado em entrevista que declarou ao TSE não possuir nenhum bem em seu nome pessoal, pois teria transferido tudo para o nome de terceiros depois de responder a ações trabalhistas de ex-funcionários e de processos abertos por sua ex-mulher.

Cassação

Se for comprovado que o humorista é analfabeto, sua candidatura é cassada. Caso isso aconteça antes das eleições, os votos direcionados a ele serão considerados nulos e não contabilizados. Se a decisão ocorrer após a eleição, seus votos serão computados para os partidos de sua coligação.

Segundo o Lopes, porém, o PR sabe da condição de Tiririca e teria responsabilidade caso a fraude fosse comprovada. “O partido que faz isso está fraudando o processo . Vai ter uma tremenda discussão [para saber] se esses votos se dirigem ou não aos partidos”, prevê.

De acordo com a assessoria do TRE-SP, a representação deve ser julgada nesta segunda-feira.