Cresce disputa no governo por juros
Cresce disputa no governo por juros

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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, divergiram ontem, em público, sobre o ritmo de crescimento da economia brasileira, seus efeitos sobre a inflação, e a necessidade de subir os juros. Os comentários foram feitos em São Paulo ao discursarem no 20.º Seminário do Grupo de Líderes Empresariais (Lide).
Enquanto Mantega descartou um aquecimento excessivo do consumo e a necessidade de aumento de juro, Meirelles indicou que massa salarial, comércio e crédito estão crescendo acima do sustentável. Para os investidores, o comentário do presidente do BC representou um sinal de que em algum momento os juros terão de ser elevados, o que fez subir as cotações dos juros futuros.
"O que eu quero destacar aqui não é só que há um crescimento, mas que há um crescimento acima da tendência de longo prazo, o que mostra que o País sai forte da crise", disse Meirelles, no seminário. "A recuperação se dá a um ritmo muito forte", acrescentou.
Também presente ao evento, Mantega afirmou que os sinais de recuperação da economia permitiram a retirada dos estímulos fiscais a vários setores de atividade, como os fabricantes de eletrodomésticos da chamada linha branca e a indústria automobilística.
"O impulso foi dado e a economia caminha com seus próprios pés", disse o ministro da Fazenda. "Foi bom porque acalmou o ânimo daqueles que já achavam que deveria subir o juro. Vamos devagar, porque o santo é de barro", acrescentou.
As projeções de bancos e consultorias indicam que o BC vai começar a subir os juros a partir de abril, para evitar inflação provocada pelo consumo doméstico forte. Mantega afirmou que a economia está crescendo de forma sustentável, porque tem "forte componente de investimento e porque não cria desequilíbrios macroeconômicos".
Ele garantiu que o Brasil vai cumprir a meta de inflação em 2010, mas frisou que não está preocupado. "Para este ano, está prevista inflação em torno de 4,5%. Não acredito que fique mais alta que isso, mesmo com a economia crescendo de 5% a 5,5%", disse. "Se houver problema de inflação, o Banco Central vai aumentar os juros, mas espero que não precise", disse o ministro, ao lado de Meirelles.
Questionado por um empresário sobre como reduzir o juro considerado ainda alto no País, o presidente do Banco Central disse que é preciso manter a responsabilidade macroeconômica.
"Uma das características importantes do sucesso do Brasil é tomar atitudes que sejam realistas, possíveis", disse. "O fato de que a inflação está na meta, de termos reservas (cambiais), dívida pública cadente como proporção do PIB, gera como consequência a queda da taxa de juros real."
Mantega propôs aos empresários um pacto para blindar a economia em ano eleitoral. "Não devemos permitir que haja perturbação desse momento muito bom", disse. Ele prometeu que governo não vai mudar a conduta por causa das eleições. "Vamos cumprir as metas de responsabilidade fiscal e responsabilidade monetária", disse. "E os senhores não se deixem levar pelo canto da sereia", completou, dirigindo-se aos empresários.
Enquanto Mantega descartou um aquecimento excessivo do consumo e a necessidade de aumento de juro, Meirelles indicou que massa salarial, comércio e crédito estão crescendo acima do sustentável. Para os investidores, o comentário do presidente do BC representou um sinal de que em algum momento os juros terão de ser elevados, o que fez subir as cotações dos juros futuros.
"O que eu quero destacar aqui não é só que há um crescimento, mas que há um crescimento acima da tendência de longo prazo, o que mostra que o País sai forte da crise", disse Meirelles, no seminário. "A recuperação se dá a um ritmo muito forte", acrescentou.
Também presente ao evento, Mantega afirmou que os sinais de recuperação da economia permitiram a retirada dos estímulos fiscais a vários setores de atividade, como os fabricantes de eletrodomésticos da chamada linha branca e a indústria automobilística.
"O impulso foi dado e a economia caminha com seus próprios pés", disse o ministro da Fazenda. "Foi bom porque acalmou o ânimo daqueles que já achavam que deveria subir o juro. Vamos devagar, porque o santo é de barro", acrescentou.
As projeções de bancos e consultorias indicam que o BC vai começar a subir os juros a partir de abril, para evitar inflação provocada pelo consumo doméstico forte. Mantega afirmou que a economia está crescendo de forma sustentável, porque tem "forte componente de investimento e porque não cria desequilíbrios macroeconômicos".
Ele garantiu que o Brasil vai cumprir a meta de inflação em 2010, mas frisou que não está preocupado. "Para este ano, está prevista inflação em torno de 4,5%. Não acredito que fique mais alta que isso, mesmo com a economia crescendo de 5% a 5,5%", disse. "Se houver problema de inflação, o Banco Central vai aumentar os juros, mas espero que não precise", disse o ministro, ao lado de Meirelles.
Questionado por um empresário sobre como reduzir o juro considerado ainda alto no País, o presidente do Banco Central disse que é preciso manter a responsabilidade macroeconômica.
"Uma das características importantes do sucesso do Brasil é tomar atitudes que sejam realistas, possíveis", disse. "O fato de que a inflação está na meta, de termos reservas (cambiais), dívida pública cadente como proporção do PIB, gera como consequência a queda da taxa de juros real."
Mantega propôs aos empresários um pacto para blindar a economia em ano eleitoral. "Não devemos permitir que haja perturbação desse momento muito bom", disse. Ele prometeu que governo não vai mudar a conduta por causa das eleições. "Vamos cumprir as metas de responsabilidade fiscal e responsabilidade monetária", disse. "E os senhores não se deixem levar pelo canto da sereia", completou, dirigindo-se aos empresários.