Sem tetos lotam novamente plenário em busca de soluções.Foto: Marco Apolinário
Pouco mais de 200 militantes do movimento Sem Teto retornaram ao plenário da Câmara Municipal de Castilho nesta segunda-feira (25) para acompanhar os trabalhos legislativos que incluíam na pauta uma Indicação assinada por todos os vereadores e dois projetos de Lei que alteram, respectivamente, o Plano Plurianual e a Lei de Diretrizes Orçamentárias.
A Indicação pede ao prefeito que estude a possibilidade de destinar, de forma legal, uma nova área para a criação de loteamento capaz de reduzir ainda mais o déficit habitacional do município.
Os sem teto querem também uma legislação que obrigue a prefeitura a cobrar pelos lotes. Os líderes do movimento concordam que pagar preços simbólicos e parcelados pela área vai de encontro às expectativas dos mesmos. “Não queremos nada de graça. Já pagamos caro por aluguéis de prédios que nunca serão nossos. Por isso, nada mais justo que pagarmos para ter um sonho realizado”, disse um dos líderes em reunião mantida com os vereadores logo após o término da sessão.
O caso
Duas áreas foram invadidas por integrantes do Movimento Sem-Teto da cidade de Castilho. O grupo ocupou uma área próxima à estação Ferroviária, e um terreno que pertence à Prefeitura, localizado nos fundos do conjunto habitacional Chequir Abbud.
Os manifestantes dividiram o terreno em lotes de 10 por 13 metros, para cerca de 70 famílias. A intenção é em breve começar um mutirão para construção das casas. Eles foram nesta última semana até a Câmara e a Prefeitura pressionar para solução do déficit habitacional de Castilho.
O grupo realizou até um cadastro de outras famílias que estariam à espera de um terreno. Segundo o eles, o maior objetivo da ocupação é forçar a comercialização dos terrenos baldios da cidade. Ainda não houve nenhuma reclamação por parte dos proprietários do terreno baldio.
A cidade de Castilho tem hoje um déficit habitacional de 800 casas. O crescimento de fábricas na vizinha Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, está gerando uma grande procura por casas, aumentando a especulação imobiliária. Muitos invasores dizem não ter condições de pagar o aluguel, que segundo eles, em alguns casos subiu 150 % na cidade.
Castilho: Sem tetos voltam à Câmara para cobrar lei
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