Ação conjunta resgata trabalhadores em situação de escravidão em fazenda de Ilha Solteira

Os trabalhadores, incluindo um adolescente e migrantes de outras regiões, estavam sem vínculo empregatício, realizando o plantio de cana-de-açúcar em condições precárias e sem acesso a instalações sanitárias adequadas

Trabalhadores são resgatados em situação análoga à escravidão em Ilha Solteira. Foto: Ministério do Trabalho/Divulgação
Trabalhadores são resgatados em situação análoga à escravidão em Ilha Solteira. Foto: Ministério do Trabalho/Divulgação

: Uma operação realizada em conjunto pelo Ministério do Trabalho (MTE), Ministério Público do Trabalho (MPT), Defensoria Pública da União e Polícia Rodoviária Federal (PRF) resultou no resgate de pelo menos 57 trabalhadores em situação análoga à escravidão em uma fazenda em Ilha Solteira, interior de São Paulo. O caso ocorreu na última quinta-feira (11) e entre os trabalhadores encontrava-se um adolescente de 15 anos. Eles estavam empregados há cerca de duas semanas no plantio de cana-de-açúcar, sem vínculo empregatício e em condições precárias. O resgate também incluiu seis indígenas do Mato Grosso do Sul e outras dez pessoas vindas do Maranhão e Alagoas.

Segundo o MTE, os trabalhadores não tinham acesso a instalações sanitárias adequadas e faziam refeições expostos ao sol, chuva ou apenas buscando sombra em arbustos. O transporte utilizado era realizado por ônibus sem autorização dos órgãos competentes. Além disso, 16 pessoas estavam alojadas em condições precárias.

O dono da fazenda foi obrigado, conforme determinado pelo Auditor Fiscal do Departamento de Combate ao Trabalho Escravo (Detrae) do MTE, Evandro Afonso de Mesquita, a pagar todas as verbas rescisórias dos trabalhadores e também indenizá-los em R$ 4 mil cada um por danos morais. Os trabalhadores migrantes e indígenas foram encaminhados de volta às suas regiões de origem, com as despesas pagas pelo fazendeiro.

Tanto o fazendeiro quanto o empreiteiro estão sujeitos ao pagamento de multas, cujos valores serão definidos posteriormente. Além disso, caso sejam denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF), os envolvidos poderão responder a processos criminais.

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