Municípios da região perdem parte da Mata Atlântica

Nos últimos quatro anos, 31 cidades da região de Araçatuba perderam 7.666 hectares de Mata Atlântica (cada hectare equivale a dez mil metros quadrados). O desmatamento foi causado, entre outros fatores, pela expansão urbana, cultura canavieira e agropecuária. Até o final do ano passado, a região tinha 60.427 hectares da mata, 11,2% a menos que em 2005. As informações são da Folha da Região de Araçatuba.

A área original da Mata Atlântica nos 31 municípios citados chegou a mais de um milhão de hectares no passado. As demais cidades da região não constam no levantamento. Até o final de 2008, o desmatamento acumulado atingiu 96,8%.

Os dados foram divulgados nesta semana pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e pela Fundação SOS Mata Atlântica. Intitulado "Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica", o estudo teve como base imagens de satélites das regiões que apresentam este bioma. A cidade que mais preservou sua área original de Mata Atlântica foi Guaraçaí, com pouco mais de cinco mil hectares, que representam 9% da vegetação nativa original. Contudo, Clementina e Glicério são as cidades que mantiveram menos a mata, tendo atualmente 1% desse bioma.

"Os dados avaliados no período de 2005-2008 mostram que o desmatamento continua na Mata Atlântica e é cada vez mais urgente a atuação efetiva do poder público", afirma a diretora de gestão da fundação, Márcia Hirota.

ECOSSISTEMAS

A Mata Atlântica é um conjunto de ecossistemas responsável por abrigar parcela significativa da diversidade biológica do Brasil, reconhecida nacional e internacionalmente no meio científico.

Conforme apontam os dados do estudo, o bioma é um dos mais ameaçados do mundo devido às constantes agressões e ameaças de destruição.

Nos últimos quatro anos, a área total devastada do ecossistema chegou a aproximadamente dois terços do tamanho da cidade de São Paulo.